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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Relatos: Maradona era dopado para não ver noites de sexo no fim da vida

Leopoldo Luque, médico de Maradona, teve novos áudios vazados na Argentina - Reprodução TV América
Leopoldo Luque, médico de Maradona, teve novos áudios vazados na Argentina Imagem: Reprodução TV América

Colunista do UOL

04/02/2021 12h00Atualizada em 04/02/2021 15h44

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Acostumada a inúmeros escândalos ao longo da sua turbulenta história, a Argentina abriu 2021 em choque com os detalhes surgidos minuto a minuto recontando a morte de Diego Armando Maradona, em novembro.

O país acompanha perplexo - e com ares de dramalhão - o interminável vazamento dos áudios do médico que atendia o ex-jogador. Entre outras coisas, o material revelou Leopoldo Luque insultar uma filha de Diego, "Jana é uma idiota de merda", e confirmar que Maradona fumava maconha diariamente.

Quando todos pensavam que o escândalo parava por aí, a madrugada marcou uma nova avalanche. O portal portenho Infobae e a TV América revelaram mais áudios de Luque e trouxeram novidades sobre os meses finais do ex-jogador.

Nas conversas que integram também a investigação judicial, Luque contou que Maradona era "dopado" por Charly [primo de Rocío Oliva, última namorada do Diez], e que, com Diego apagado, mulheres eram chamadas à sua mansão em La Plata, onde Maradona treinava o Gimnasia y Esgrima.

"Charly levava uma mulher diferente por dia, e para fazer isso, tirava Diego de cima com maconha e cerveja. O quebrou em mil pedaços", afirmou Luque no áudio revelado pelo Infobae. A TV América trouxe mais detalhes. Além de cerveja e maconha, outra combinação nocauteava o Diez: os vinhos que eram tomados pelo jogador sem saber que neles tinham também soníferos.

(Para um brasileiro, impossível ouvir e não se lembrar de Maradona rindo e debochando da água batizada dada a Branco na Copa do Mundo de 1990).

"Diego acordou com toda a ressaca, fumou maconha, tomou vinho e remédio", corrobora outro áudio de Luque, confirmando a versão da TV e dando a seguir mais um conteúdo chocante, pois falava de autópsia um mês antes da morte de Diego: "Já disse a Maxi [sobrinho do Diez] que se há autópsia, sai isso", seguiu, sobre o uso contínuo de maconha nos meses finais de Maradona. A autópsia oficial não indicou drogas no organismo do ex-jogador.

Estarrecidas, as demais TVs abriram debates especulando quem eram as mulheres levadas à casa de Maradona e onde ficaria Diego enquanto transavam ao seu redor, ressaltando a loucura que marcou sua vida e morte.

Há quem diga que é esperada uma fuga de Luque do país - e que ele corre sério risco de ser morto por algum fanático revoltado pelo descaso com Diego. Opiniões mais ponderadas sugerem um desfecho menos dramático, mas nem por isso positivo para o médico. Responsável pela saúde de Maradona por quase 30 anos, o doutor Alfredo Cahe lançou novas dúvidas. Em entrevista à Crónica TV, afirmou que "uma perícia da Justiça comprovaria imediatamente a incapacidade mental de Leopoldo para cuidar da saúde de Diego".

No programa de Alejandro Fantino na TV América, os grupos de conversa do médico com as filhas de Maradona também foram revelados. E no meio da troca de informações sobre a saúde de Diego, Luque exibia foto sua na imprensa e se gabava por ter saído bem. "Se sou o filho, tiro meu pai deste louco na mesma hora", detonou o apresentador, fiel ao seu estilo.