Pékerman decide voltar ao futebol, e Brasil ganharia muito com sua presença

José Pékerman quer voltar a trabalhar. A coluna apurou que sua pausa desde a saída da seleção da Colômbia, na Copa do Mundo da Rússia, terminou.

Pékerman tem 71 anos e está há 45 à beira dos gramados. Técnico da Argentina na Copa de 2006 e da Colômbia nos Mundiais de 2014 e 2018, é um verdadeiro faz-tudo da bola. Comandou categorias de base, coordenou seleções, foi dirigente na Europa e ajudou na formação (para citar só dois nomes) de Diego Maradona no Argentinos Juniors e Lionel Messi na seleção.

Ouvir Pékerman sempre foi uma das melhores partes da cobertura do futebol argentino. Suas entrevistas eram muito raras, mas suficientes para entender porque conseguia se dar bem com gente tão oposta como Daniel Passarella e Loco Bielsa. Nas redações portenhas existia até um lema: nunca publique sem ouvir "os dois lados e o de José", o da coluna do meio, da ponderação.

Foi atrás deste "lado do José" que conheci uma das suas melhores histórias: ele pediu licença do Argentinos Juniors na Copa de 1978 para alugar um táxi e transportar as delegações estrangeiras que estavam em Buenos Aires para o Mundial. Fazer um extra, ganhar em dólar? Que nada. Só aprender de perto.

Pékerman seria extremamente útil ao Brasil - desde braço-direito de Tite na seleção até o comando de um desses gigantes que vão se cruzar na Série B mais difícil de todas. Rodar o mundo pandêmico perdeu o sentido para quem tem 71 anos - dar aulas em um país vizinho faz mais sentido. O Chile tentou e quase conseguiu. Com "jeitinho", o Brasil pode conseguir - e ganhar muito.