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Roubos, pisão na ex e filhas em fuga: a marcha por Maradona vista de dentro
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Com Ari Díaz e Martín Artengo, de Buenos Aires
A tumultuada vida de Diego Armando Maradona voltou a ser encapsulada em uma nova confusão post mortem. Depois da briga com a polícia no velório da Casa Rosada, a marcha pedindo justiça na investigação pela morte do astro gerou diversos roubos aos presentes e riscos à integridade física da ex-esposa de Maradona, Claudia Villafañe, e das filhas mais velhas, Dalma e Gianinna, que ficaram só dez minutos na zona do Obelisco, triste cenário de caos e fúria.
Cerca de 3.000 pessoas compareceram à marcha que começou pontualmente às 18h de ontem (10) no cruzamento das avenidas Corrientes e 9 de Julho, as mais emblemáticas e engarrafadas de Buenos Aires. A convocação via redes sociais partiu da Igreja Maradoniana e do Pueblo Maradoniano, fã-clubes do astro argentino que pedem a prisão do seu médico e dos seus advogados.
O baixo número de participantes ainda assim foi suficiente para instalar o terror. Claudia, Dalma e Gianinna carregaram juntas uma frase com a frase "condenação judicial e social para os culpados", mas a falta de cercas, palcos e microfones desatou um feroz empurra-empurra. A solução encontrada pelas três foi correr até o Hotel Presidente, na própria 9 de Julho, onde estacionaram seus carros. Antes, Claudia sofreu um pisão na correria e quase caiu.
Embora pedisse justiça, a manifestação registrou sérios delitos como roubos de celulares e carteiras até de jornalistas estrangeiros. Um produtor do canal de TV TodoNoticias também foi assaltado. "A polícia está aqui para cuidar do lugar, não das pessoas", reclamou o professor Gastón Morelli, de 26 anos, que saiu de Lanús para a marcha. "Com esse descontrole, com essas corridas e esses roubos, este país não vai mesmo a lugar nenhum, somos um desastre".
Outra voz que se levantava contra a desorganização era a de Agatha Callejón, estudante de psicologia de 21 anos: "Estão todos loucos, o que vamos pedir se não conseguimos nem nos respeitar entre nós? Diziam que seria em paz, em silêncio, com máscara e distanciamento, e agora vemos todo esse caos?".
Além da ex-esposa e das filhas mais velhas, estiveram na marcha também —bem longe do trio— o caçula do craque, Dieguito Fernando, com a ex-namorada de Maradona, Verónica Ojeda, acompanhada pelo namorado Mario Baudry, hoje o advogado mais atuante nas cobranças pelas investigações na morte de Diego, ocorrida em 25 de novembro.
Dois filhos que pedem reconhecimento da paternidade de Maradona, Santiago Lara e Eugenia Laprovittola, também caminharam pelo centro portenho. "Quiseram me bater e precisei sair correndo", disse Santiago à Crónica TV.
Muitos presentes atribuíam os incidentes à velha estratégia de infiltrar violentos em manifestações para tirar a importância das mesmas. Outros acusavam os barra bravas do Boca Juniors e do Gimnasia y Esgrima de La Plata. "Roubam tudo o que veem, são uns filhos da puta, esses pungas [gíria portenha para trombadinhas] argentinos", encerrou o aposentado Ezequiel Gleno, de 74 anos.
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