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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Por que a Argentina fala tanto do "Juniors Boca" que hoje enfrenta o Santos

Medina, Varela e Almendra, revelações do Boca Juniors - Reprodução Instagram
Medina, Varela e Almendra, revelações do Boca Juniors Imagem: Reprodução Instagram

Colunista do UOL

11/05/2021 07h37Atualizada em 11/05/2021 11h40

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Uma novidade histórica. Assim o atual Boca Juniors está sendo avaliado na Argentina. O clube mais popular do país enfrenta hoje (11) o Santos pela quarta rodada da Libertadores da América, na Vila Belmiro, a partir das 19h15.

Eternamente ironizado pelos rivais pela falta de eficiência das suas categorias de base, o Boca hoje tem como pilar um trio de jovens recém-revelados em suas "canteras". São os meio-campistas Cristian Medina (18), Alan Varela (19) e Agustín Almendra (21 anos). A inesgotável criatividade portenha já definiu o momento. Em vez de Boca Juniors, estamos diante do "Juniors Boca" com o bom nível dos garotos que formam uma linha "sub-23" na metade da equipe.

Dos três, quem mais chama a atenção é Varela. "Lembra muito Fernando Gago", comentou o apresentador Toti Pasman no novo programa Show del Fútbol, que estreou na noite de domingo na TV América. "Ele tem uma cabeça muito avançada, parece um veterano em um corpo de garoto. É das maiores promessas do Boca em muitos anos", completou o ex-goleiro Navarro Montoya na mesma atração, essencial para entender como os vizinhos pensam o futebol.

O Boca sempre acostumou a ouvir gozações que iam na contramão do que o Flamengo escutava nos anos 1980. No Boca, afinal, "craque se fazia fora de casa", em referência a Maradona, Riquelme (crias do Argentinos Juniors) e Palermo (do Estudiantes), para ficarmos só em três exemplos de jogadores que brilharam no Boca, mas foram formados longe de lá.

Até o inoxidável Tevez, afinal, foi criado no All Boys (!).

A escalação do "trio de ouro", como também está sendo chamada a agrupação de jovens, é sinal de que 1) O Boca prioriza as economias e os cofres fechados nesta gestão de Juan Román Riquelme, vice-presidente de futebol. 2) O clube terá força máxima para cima do Santos. Havia intenso debate no começo desta fria semana em Buenos Aires para saber se alguém seria poupado no meio de semana para enfrentar o River com tudo pelas quartas de final da Copa da Liga Argentina, às 17h30 deste domingo na Bombonera, em eliminatória simples. Mas não.

O técnico Miguel Ángel Russo sinalizou que vai escalar a seguinte equipe titular:

O goleiro é Agustín Rossi, reserva de Estebán Andrada, que segue no Equador com covid (o Boca jogou lá na semana passada e o arqueiro foi afastado em um hotel). Rossi é um bom suplente. Não brilha, mas também está longe de comprometer.

Nicolás Capaldo, Lisandro López, Carlos Izquierdoz e Frank Fabra são os defensores. É o que o Boca tem de melhor com a segurança de Capaldo e os avanços de Fabra nas laterais, e o jogo sempre duro e preciso de Licha López e Izquierdoz. A saída de bola, porém, é pouco eficiente, e aí é que entram os garotos do meio-campo.

Modernos, rápidos e eficientes são três definições certeiras para Cristian Medina, Alan Varela e Agustín Almendra, que garantem boa marcação e um abastecimento constante para os homens de frente neste 4-3-3 dos mais básicos.

O ataque guarda os badalados Cristian Pavón, Carlos Tevez e Sebastián Villa. Pavón foi a surpresa de Russo na partida da Bombonera contra o Santos. Vem jogando bem, mas ainda não é o Pavón que, muitos já esqueceram, disputou até a Copa do Mundo de 2018.

O jogo de hoje tem cheiro de decisão para o Boca. Ganhando, praticamente se classifica, pois considera que vence tanto Barcelona quanto The Stongest em casa. O clube argentino vem em segundo na chave, com seis pontos, contra nove do Barcelona e três do Santos.