River corre risco de desmanche e investida do Real por Marcelo Gallardo

O River Plate que tira o sono dos times brasileiros com um possível encontro nas oitavas de final da Libertadores tem preocupações maiores que o sorteio dos confrontos, na próxima terça. Presente em cinco das últimas seis semifinais da competição, o clube portenho se vê diante de um risco de desmanche que pode culminar com a saída até do técnico Marcelo Gallardo.

Gallardo no Real

Nem bem foi anunciada a saída de Zinedine Zidane do clube merengue, o nome de Gallardo lotou as redes sociais de torcedores do Real dizendo que o argentino seria o substituto ideal para o francês. O interesse do Real no técnico do River não é novo. Em janeiro, a imprensa espanhola já dizia que o treinador vinha sendo acompanhado de perto pela diretoria do clube.

Na semana passada, Oscar Ruggeri, ex-zagueiro do Real e da seleção argentina, fez um pedido público para Gallardo treinar o clube merengue. Hoje comentarista da ESPN, Ruggeri revelou a admiração pessoal de Marcelo pelo Real, considerando que agora seria o momento perfeito para ele ir a Madri.

Gallardo, que já disse "não" a propostas de Barcelona e Roma, tem contrato com o River até 31 de dezembro e já manifestou interesse em cumprir o compromisso. Em dezembro sairá também o presidente Rodolfo D'Onofrio, com quem tem uma relação que vai além da profissional. A grande dúvida nas férias do River a partir desta semana (até 15 de junho) é saber se o recente surto de covid no elenco e os improvisos da AFA e da Conmebol vão influenciar nas escolhas de Gallardo, que completa mês que vem sete anos à frente do River, clube no qual é considerado o maior técnico da história.

Há na Argentina uma ligação muito forte entre o River e o Real, e os torcedores do clube de Núñez não têm pudores em dizer que torcem para o "Real Madrid das Américas". Alfredo di Stéfano, revelado pelo River e eternizado pelo Real, reforça este laço, que tem também uma afinidade entre os atuais presidentes dos clubes, que comemoraram juntos o título do River na Libertadores de 2018 em pleno Santiago Bernabeu.

Até cinco saídas

O lateral-direito Gonzalo Montiel, o meia Nicolás De La Cruz e o atacante Julian Álvarez chamam a atenção do futebol europeu. De La Cruz está com 23 anos e tem a Copa América pela frente para conseguir uma boa transferência, em que pese seu contrato com o clube ir até dezembro de 2022. Em declarações públicas, ele não esconde o desejo de ir para a Europa.

O maior candidato a sair é Montiel, de 24 anos, que em fevereiro recebeu aumento salarial e renovou contrato até dezembro de 2022. Sua multa rescisória é de 20 milhões de euros. A Roma ofereceu 7 milhões (o River queria no mínimo 12 milhões). Lyon e Villarreal são outros interessados.

Convocado para a seleção argentina, o atacante Julián Álvarez, 21 anos, que também joga como meio-campista, foi sondado por três times da Espanha: Real Sociedad, Villarreal e Valencia. Sua multa rescisória? 25 milhões de euros.

O goleiro Franco Armani (34 anos) e o zagueiro chileno Paulo Díaz (26) costumam ser sondados por Estados Unidos e Oriente Médio. Uma proposta financeiramente vantajosa poderia encaminhar a saída de ambos da Argentina.

E mais Borré

O colombiano que esteve na mira de São Paulo, Palmeiras e Grêmio termina seu contrato com o River no dia 30 de junho. Não há indícios de uma renovação de seu compromisso com a equipe até esta data. Em Núñez dizem que as negociações com ele só vão acontecer depois, porque é quando estará livre no mercado. Antes disso, o River precisaria pagar 3,5 milhões de euros ao Atlético de Madri - não está descartada uma ação legal da equipe espanhola caso o River e o jogador adotem esta forma de negociação.

O caso de Borré é semelhante ao dos demais jogadores com potencial de saída para a Europa, e uma transferência sua para a Inglaterra foi até noticiada ontem (26) pelo canal de TV TNT, embora o clube não tenha sido revelado.

Um nome forte para substituir Borré é o de Sebastián Driussi, de 25 anos, atacante revelado pelo clube e que deixou o River em 2017 rumo ao Zenit, da Rússia, onde está até hoje.