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Tales Torraga

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Desconfiança interna marca estreia da "estranha" Argentina na Copa América

Lionel Messi, durante a partida entre Argentina e Chile - Pool/Getty Images
Lionel Messi, durante a partida entre Argentina e Chile Imagem: Pool/Getty Images

Colunista do UOL

14/06/2021 09h43Atualizada em 14/06/2021 10h56

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Cheia de altos e baixos, a seleção argentina estreia na Copa América às 18h (de Brasília) de hoje (14) contra o Chile, no Engenhão, no Rio de Janeiro, lutando contra a desconfiança interna que reluta em pôr a azul e branca como candidata ao título da competição.

Tanto a torcida como os analistas de futebol em Buenos Aires não consideram esta seleção capaz de encarar o Brasil, que hoje está "um ou dois gols à frente da Argentina", de acordo com o ex-zagueiro Oscar Ruggeri, um dos comentaristas portenhos mais influentes do momento.

A sensação é acompanhada pelo público, que não demonstra a menor empolgação com Lionel Messi e companhia. Em enquete levada ao ar na semana passada pelo diário "Olé", apenas 23% de um total de 25.789 votaram que veem condições de a Argentina terminar a Copa América como campeã.

Que time?

Uma das principais críticas ao técnico Lionel Scaloni é a sua excessiva quantidade de trocas na escalação. Em entrevista coletiva ontem, ele se defendeu dizendo que o time tem um funcionamento que o agrada, o que subiu o tom das críticas dos programas esportivos de rádio que invadiram a madrugada especulando se Scaloni deveria deixar o cargo agora ou depois da Copa do Mundo do ano que vem.

A escalação para esta tarde/noite carioca é a seguinte: Emiliano Martínez continua no gol, pois Franco Armani só ontem parou de testar positivo para covid. Gonzalo Montiel, ótimo lateral-direito do River Plate, segue no time, com Lucas Martínez Quarta e Nicolás Otamendi como zagueiros. O lateral-esquerdo será Nicolás Tagliafico, que ganhou a posição de Huevo Acuña.

É o meio-campo que reúne a maior quantidade de críticas por não ter um volante ríspido e marcador. Os responsáveis pelo fluxo de jogo serão Rodrigo De Paul, Leandro Paredes e Giovanni Lo Celso, com Lionel Messi, Lautaro Martínez e Nicolás González como atacantes.

Estranheza no banco

Astros em seus times, Ángel Di María e Sergio Agüero começam a partida no banco de reservas, o que é visto também como um sinal de limitação de Scaloni, que não consegue encontrar um sistema que encaixe a dupla desde o começo.

A acidez nas críticas não poupa nem Messi. As análises mais duras dizem que o camisa 10 do Barcelona está se especializando em uma função específica nesta seleção: olhar para o banco, onde estão Di María e Agüero, sempre que as coisas andam mal no ataque.

E a fraqueza ofensiva já é uma característica desta Argentina. Nas Eliminatórias, foram só nove gols marcados em seis jogos - a mesma quantidade da Bolívia.

Outro ponto bastante repetido no noticiário da seleção em Buenos Aires é o tradicional arranque lento da equipe nas competições. Na última Copa América, em 2019, perdeu na estreia para a Colômbia e empatou com o Paraguai com 1 a 1 na segunda rodada. O histórico é um item a mais de desconfiança desta seleção que joga a permanência de Scaloni no cargo a partir de hoje.