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Bem mais que um ídolo: os papos secretos que fizeram Crespo amar Maradona
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Atual técnico do São Paulo e ex-atacante da seleção da Argentina, Hernán Crespo falou ontem (14) sobre a homenagem prestada a Diego Maradona na Copa América. Um vídeo com lances memoráveis do craque foi apresentado ao público antes da estreia da Argentina na competição, no 1 a 1 com o Chile, e Crespo publicou uma emocionada mensagem dizendo amar Maradona.
Como a idolatria pelo maior jogador argentino de todos os tempos virou amor? A coluna resgata cinco histórias desconhecidas que ajudam a entender a relação entre os dois.
Noche del Diez
Chute na aposentadoria
O baque da derrota da final da Liga dos Campeões de 2005 para o Liverpool pegou forte em Crespo, que cogitou parar de jogar depois de sofrer a histórica virada na decisão que vencia por 3 a 0 com o Milan. E uma das razões para a persistência do atacante foi um telefonema de Maradona. Sabendo que a ideia da aposentadoria passava pela cabeça de Crespo, Diego telefonou e, bem a seu estilo, encheu de brio e elogios o atacante e o encorajou a seguir em campo. Hernán só parou de jogar em 2012.
Magia italiana
Crespo nunca escondeu que a Itália é seu segundo lar - ele se casou com uma italiana e é lá que hoje moram as suas filhas. Ouvir as vivências de Maradona, de tamanha transcendência no Napoli, uniu ainda mais os dois ao longo dos contatos que tiveram nos anos 2000. Ainda em atividade pelo Genoa, Crespo deu uma chamativa entrevista na Argentina em 2009 ao recusar qualquer "lobby" por uma convocação para a Copa do Mundo de 2010, aquela em que Maradona foi técnico da seleção. "Prefiro ir à Copa como torcedor do que dizer o que Diego deve ou não fazer", falou à revista El Gráfico. Hernán, perto dos 35 anos, jamais foi chamado por Maradona.
Pai descontrolado
O hoje técnico são-paulino sempre disse que foi muito influenciado pelo pai - um senhor austero que ia trabalhar sempre de terno e gravata, razão pela qual Hernán adota o figurino em seus jogos pelo São Paulo. Em entrevistas à imprensa argentina, Crespo dizia que viu o pai surtado e chorando apenas uma única vez: depois do "Gol do Século" de Maradona driblando os ingleses pelas quartas de final da Copa de 1986.
"Dor na alma"
Crespo tinha dificuldade até para falar depois da morte de Maradona, em novembro do ano passado. As suas entrevistas como técnico ainda do Defensa y Justicia demonstravam abatimento e em mais de uma vez ele não segurou as lágrimas. "A dor que tenho na alma não se pode explicar", afirmou em entrevista coletiva em jogo do Defensa contra o Vasco pela Sul-Americana.
Durante anos, a única menção ao futebol na decoração da casa de Crespo era uma foto sua com Maradona e Pelé em um evento promocional em 2016.
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