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Por que a Argentina anda tão empolgada com esta versão "sofredora" de Messi
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Lionel Messi foi eleito o craque do jogo no 1 a 0 de ontem sobre o Uruguai pela Copa América. E ver o capitão brigando em campo está enfim conquistando a exigência quase sempre inatingível do torcedor argentino, que acordou hoje com um frio louco de sensação térmica de zero grau em Buenos Aires.
Enquanto a água esquenta para servir o mate essencial na vida do portenho, o assunto da vez é a versão "sofredora" de Messi, que agora faz aquilo que sempre se pediu dele. Quando sua habilidade não é suficiente para resolver as coisas, nada de caminhar ou abaixar a cabeça. A hora é de trocar encontrões, lutar e oferecer a raça e a valentia sempre exigidas a quem veste azul e branco, um inegável legado do maior de todos, Diego Armando Maradona.
O Messi "apático que não cantava o hino" virou definitivamente um borrão na memória argentina, que "viraliza" neste sábado suas fotos no chão do Mané Garrincha recusando atendimento médico no triunfo ante o Uruguai.
O Messi do Barcelona
O tom de namoro com esta versão 2021 de Messi é seguido não só entre os torcedores, mas também na análise dos jornais e portais da Argentina. Em sua coluna publicada hoje no diário "Olé", o técnico Turco Mohamed destaca que a seleção de Lionel Scaloni está conseguindo extrair o melhor de Messi, que agora encontra um funcionamento que permite a ele jogar como no Barcelona.
Há até uma música que circula entre os fanáticos para representar este novo momento de Messi com o torcedor: "A conquista do espaço", de Fito Páez, craque rosarino como a "Pulga".
Só mesmo um coração muito gelado não reconhece o sacrifício de Messi prestes a completar 34 anos. Sua estreia na seleção ocorreu há 16, e desde então ele vem sendo cobrado a ganhar algum campeonato pela Argentina, algo que até aqui ficou apenas na vontade.
Hoje, brigando e sofrendo, e mostrando uma ambientação inédita ao vestir a azul e branca, talvez tenha chegado a sua hora. Dois jogadores que definiram bem o ambiente na equipe são Di María e De Paul, que foram entrevistados depois da vitória contra o Uruguai e destacaram o esforço de Messi: "O Brasil tem o melhor time e nós temos o melhor jogador. Com ele desta maneira, tudo é possível", concordaram.
"Soube sofrer para depois aproveitar", refrão dos mais antigos e ouvidos no cotidiano argentino, ganharia novo significado com a eventual glória de Messi pela seleção, dando sentido a esta esvaziada Copa América. É a quarta edição da competição nos últimos seis anos (2015, 2016, 2019 e 2021).
A Argentina não conquista um título há 28 anos, desde a Copa América de 1993. Messi tinha apenas seis anos de idade quando viu o então capitão Oscar Ruggeri erguer no Equador a última taça da seleção.
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