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Tales Torraga

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Tudo sobre a Argentina: os titulares e esquemas do técnico "Loco" Scaloni

Argentina comemora triunfo nos pênaltis sobre a Colômbia pela semi da Copa América - Alexandre Schneider/Getty Images
Argentina comemora triunfo nos pênaltis sobre a Colômbia pela semi da Copa América Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

Colunista do UOL

10/07/2021 04h00

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A coluna repassa agora cada um dos titulares da Argentina contra o Brasil hoje, às 21h (de Brasília), no Maracanã. Saiba também quais são os pontos fracos e fortes de cada setor e as principais estratégias do técnico Lionel Scaloni para tirar o país da fila de 28 anos sem título.

DEFESA
É o pior setor da equipe, e muitos analistas argentinos acham impossível encarar o Brasil com uma retaguarda tão frágil. Os laterais não são eficientes para atacar ou defender, e a dupla de zaga é pesada e de má saída de bola. O ponto forte é a raça e a vontade de devorar o adversário

EMILIANO "DIBU" MARTÍNEZ - 28 anos - 1,95m / 88 kg - joga no Aston Villa (ING)
É o melhor goleiro da seleção argentina desde Pato Fillol. É seguro sob as traves e para sair do gol. Preza por uma rara segurança emocional que o faz dominar as cobranças de pênaltis contra os adversários. Muitos comentaristas das TVs argentinas veem que a melhor chance de a Argentina ser campeã é se retrancar e esperar o seu brilho na decisão por pênaltis.

NAHUEL MOLINA - 23 anos - 1,75m / 70 kg - Udinese (ITA)
Lateral direito, é o principal ponto fraco da seleção argentina. Levou um baile contra a Colômbia e não ofereceu amplitude para reforçar o ataque. Faz suas primeiras partidas pela equipe nacional e tampouco brilhou nos clubes. Difícil entender como a preferência não passa por Gonzalo Montiel, do River Plate, seu reserva.

moli - Evaristo Sá/AFP - Evaristo Sá/AFP
Nahuel Molina em ação pela Argentina contra Uruguai na Copa América
Imagem: Evaristo Sá/AFP

GERMÁN PEZELLA - 30 anos - 1,87m / 82 kg - Fiorentina (ITA)
Ocupa a vaga do lesionado Cuti Romero. É forte no jogo aéreo, mas peca com a bola nos pés e na velocidade ao encarar atacantes mais leves e habilidosos. Outro questionado na equipe cuja escalação revela limitação do elenco.

NICO OTAMENDI - 32 anos - 1,83m / 81 kg - Benfica (POR)
O velho conhecido que parecia ter perdido espaço na seleção, mas recuperou um nível interessante nos mata-matas. Esbanja personalidade e presença física e peca demais na saída de bola e na marcação.

NICOLÁS TAGLIAFICO - 28 anos - 1,74m / 66 kg - Ajax (HOL)
Nem de longa lembra o bom nível demonstrado no Independiente, onde surgiu. É a esperança de apoio ao ataque, mas acaba sendo outra presa fácil por voltar devagar e não ter tanta solidez defensiva. Pode ceder lugar rapidamente ao reserva "Huevo" Acuña, mais firme na retaguarda e polivalente.

MEIO-CAMPO
Começa o jogo com um volante interessante e bom controle de bola, mas que logo perde ímpeto e sofre na marcação. A irregularidade também tem marcado os níveis individuais --ninguém fez uma Copa América linear até aqui.

LEANDRO PAREDES - 27 anos - 1,80m / 75 kg - PSG (FRA)
Começou a carreira como armador e depois foi recuado. Tem boa saída de bola, mas costuma sofrer na marcação, embora sua personalidade para jogar decisões seja admirável. É outro que pode ceder espaço logo para Guido Rodríguez, um "carrapato" que defende inegável melhor.

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Leo Paredes em jogo da Argentina; seleção tenta hoje título da Copa América
Imagem: DIVULGAÇÃO/AFA

RODRIGO DE PAUL - 27 anos - 1,80m / 70 kg - Udinese (ITA)
Equilibra o meio-campo e forma uma boa conexão com Messi. É um dos principais amigos do astro dentro do elenco e tal sintonia se vê também nas jogadas. Quando ele cansa, a Argentina sofre demais, como no segundo tempo contra Equador e Colômbia.

GIOVANNI LO CELSO - 25 anos - 1,77m / 76 kg - Tottenham (ING)
Começa muito bem e vai se apagando, a ponto de sua presença sequer ser notada na segunda metade. Também forma boas jogadas com Messi, mas não tem cacoete nenhum para recuar e ajudar na marcação. Costuma ser apático no pior estilo Dybala.

ATAQUE
Está jogando com um trio ofensivo na maior parte da Copa América, e é outro setor que começa com tudo e depois vai perdendo pique. Tem jogadores capazes de decidir a partida em uma noite eficiente, mas que também podem sumir sem maiores explicações.

LIONEL MESSI - 34 anos - 1,70m / 72 kg - Barcelona (mas está livre no mercado)
Um dos monstros do futebol mundial vive uma das partidas mais importantes da sua carreira. Faz o seu melhor campeonato com a camisa da seleção argentina e está demonstrando uma raça digna de comover até uma das torcidas mais exigentes do mundo. Está demonstrando que pode decidir uma partida com uma jogada individual ou uma bola parada.

leo - DIVULGAÇÃO/AFA-ARGENTINA - DIVULGAÇÃO/AFA-ARGENTINA
O craque Lionel Messi comemora com Lautaro Martínez gol da Argentina na Copa América
Imagem: DIVULGAÇÃO/AFA-ARGENTINA

LAUTARO MARTÍNEZ - 23 anos - 1,74m / 72 kg - Inter de Milão (ITA)
Voltou a ser comparado a Batistuta e acumulava três gols nos últimos três jogos. É apelidado de "Toro" por sua força e também preza por um bom cabeceio e um bom oportunismo. Costuma fazer muitos gols tocando de primeira.

NICO GONZÁLEZ - 23 anos - 1,80m / 75 kg - Fiorentina (ITA)
Jogador versátil, rápido, ótimo no jogo aéreo e oportunista. Uma das boas aparições neste ciclo Scaloni, mas se lesionou durante a competição e vai lutar contra uma certa falta de ritmo. Ceder lugar a Di María deve ser outra variante certa, especialmente em caso de prorrogação.

TÉCNICO
LIONEL SCALONI - 43 anos - no cargo desde ago. 2018

Está sendo chamado de "Loco" na Argentina pelo gestual intempestivo à beira do campo e o visual muitas vezes digno de "Loco" Bielsa pelos trajes esportivos, sem tanto apreço pela aparência muitas vezes exigido pelos argentinos. Sua Copa América garante a permanência até a Copa do Mundo do ano que vem, e a aprovação ao seu trabalho vem quebrando a resistência do começo da competição.

Seu esquema preferido é o 4-3-3, embora outras duas variantes já tenham sido adotadas ao longo da competição. Todos na Argentina concordam: se os times são equivalentes de certa forma, o Brasil conta com um técnico muito mais experiente e capaz na figura de Tite.