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Monumental volta a ser a casa da Argentina. E o Brasil ignora o Maracanã...
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"No dia 10/10, a Argentina jogou de novo em um estádio nota 10."
A afirmação, claro, partiu de um torcedor portenho "agrandado" na fila do Monumental de Núñez, que voltou a ser a casa da seleção argentina. A conta é sedutora. A azul e branca saiu da fila de 28 anos, acabou de ser campeã em cima do Brasil em pleno Brasil, o Monumental está reformado, é o maior estádio do país (para 80.000 pessoas) e é o mais favorável para lucrar com o histórico momento de Lionel Messi e companhia, que ontem (10) ampliaram para 24 jogos a invencibilidade que ostentam depois dos 3 a 0 no Uruguai.
A deliciosa noite portenha (17 graus sem tanto vento às margens do Rio da Prata) foi marcada por uma lotação digna de River x Boca. Os lugares de comidas estavam cheios como antes da pandemia, e de longe já se ouvia os gritos elogiando Messi e xingando os ingleses. Na hora de passar as catracas, uma surpresa: quem tinha camisa de clube era obrigado a escondê-la.
Nada que tenha causado tumulto na segunda parte da "trilogia". O jogo contra o Uruguai repete o último compromisso argentino em casa, ante a Bolívia, também no Monumental, que não à toa na quinta vai igualmente receber o Peru. Ante os bolivianos, a capacidade era de 30% do estádio; ontem e quinta a cota é de 50% —de novo pareceu que tinha mais gente.
Localizado no bairro de Belgrano, um dos mais nobres da capital argentina, o Monumental recebe os jogos da Argentina desde a sua inauguração, em 1938. É um templo da bola, chamado pelos exigentes portenhos como o "Teatro Colón do futebol", em alusão ao garboso espaço da Avenida 9 de Julho.
A seleção até visita outros estádios, como a Bombonera (onde perdeu para o Peru e ficou fora da Copa do Mundo de 1970), mas é inegável que a alma azul e branca é, de fato, "monumental".
Não é preciso ir muito longe para reforçar a fama de "estádio mundialista" que a imponente construção do River Plate guarda. Foi lá que a Argentina abriu e decidiu a Copa do Mundo de 1978, naquela que talvez foi a maior festa da história das Copas com o título da azul e branca na prorrogação terminada em 2 a 0 sobre a Holanda (dois de Kempes e um de Bertoni, 3 a 1 no geral).
Domingo / Eu (não) vou ao Maracanã...
Foi o excelente colega aqui do UOL Rodolfo Rodrigues que destrinchou o tema na semana passada. Os números são todos dele. Desde 1950, o Maracanã recebeu 108 jogos (77 vitórias, 23 empates e 8 derrotas). O último deles, o "Maracanazo" frente à Argentina, três meses atrás, na final da Copa América.
Ainda segundo o Rodolfo, o Brasil jogou no Maracanã só quatro das 40 partidas em seu território na última década. E dessas quatro, só uma foi marcada de fato (amistoso em 2013 com a Inglaterra). As demais foram torneios oficiais com o Brasil avançando (Confederações 2013, Copa América 2019 e Copa América 2021). Tropeçando (como na Copa do Mundo 2014), o Brasil poderia ter jogado só uma vez no templo carioca nesses 10 anos.
Pelas Eliminatórias, a última vez brasileira no Maracanã foi o 0 a 0 com a Colômbia em 2008, ainda com Dunga, e desde então atuou quatro vezes em Itaquera, palco preferido de Tite. Os estádios que mais receberam o Brasil na última década são o Mané Garrincha (em Brasília) e o Mineirão —seis, cada.
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