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Por que o título do Argentino de ontem é um dos maiores feitos de Gallardo
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O River Plate esmagou o Racing por 4 a 0 ontem (25) no Monumental de Núñez e conquistou seu 36º título argentino profissional. E o baile na definição do campeonato foi uma réplica da campanha geral. A conquista chegou com três rodadas de antecedência e viu uma vergonhosa diferença de pontos para o Boca Juniors, o arqui-rival e a métrica de sempre. Em quinto na tabela, o clube xeneize está agora 16 pontos atrás.
O rendimento do time do lendário Marcelo Gallardo é digno dos maiores esquadrões dos 120 anos de história do River. Neste Argentino 2021, foram nada menos que 16 vitórias, 4 empates e meras 2 derrotas na competição.
A comemoração teve um enorme ar de despedida, com Gallardo dando a volta olímpica segurando no colo Benjamín, seu filho de dois anos, e dizendo que merecia tomar um tempo de descanso, quase pedindo permissão à torcida para encerrar seu ciclo de sete anos e meio à frente do clube.
Uma lenda viva no River
Para quem acompanha o trabalho de Gallardo de perto, e fizemos até um extenso especial sobre ele, não há dúvidas: o que ele conquistou ontem em Núñez está entre os grandes feitos da sua carreira. Que tem títulos mais importantes, como as duas Libertadores, de 2015 e 2018, mas em nenhum outro momento ele foi tão desafiado pelas circunstâncias e "reinventou" tanto o seu time como na atual campanha na qual ele realmente sobrou ao ganhar seu primeiro Campeonato Argentino no River. Nas temporadas anteriores, envolvido em competições mais importantes, o elenco não lhe permitia competir também no âmbito local.
Gallardo precisou escalar tantos times diferentes ao longo de seu trabalho no River que é muito difícil compará-los, segundo o próprio treinador. Mas nenhuma mudança foi tão abrupta quanto a atual.
Basta ver os 11 titulares contra o Racing: poucos eram tidos titulares há alguns meses, quando o River amargou a eliminação para o Atlético-MG nas quartas de final da Libertadores, estabelecendo desde então uma invencibilidade de 16 partidas que dura até o momento. Entre as tantas análises que circulam em Buenos Aires nesta manhã, a mais certeira é a que trata a remontagem do River como uma verdadeira "metamorfose".
"Jogadores que estavam um, dois ou três escalões abaixo dos titulares, alguns inclusive no time B, gente que não se adaptava, atletas improvisados em posições diferentes e mais", publica o diário "Olé", tratando o feito de Gallardo realmente como "legendário" por ele encontrar um time tão dominante que só ele realmente tinha na cabeça.
É até difícil estabelecer um time-base nesta conquista. Um deles poderia ser: Armani; Montiel, Paulo Díaz, Martínez, Angileri; Enzo Pérez, Zuculini; De la Cruz, Carrascal; Suárez e Romero.
Outro? Armani; Rojas, Díaz, Pinola o Maidana, Martínez; Ponzio; Simón, Enzo Fernández, Palavecino; Álvarez e Romero. No meio, apenas quatro meses.
"Nem as lesões, nem as baixas de rendimento, nem as vendas milionárias como a de Gonzalo Montiel. O River de Gallardo foi mais forte em uma verdadeira corrida com obstáculos", define o jornal "La Nación" que está agora nas bancas.
"Em vez de cair em crise, o River fez o contrário. Cresceu", sintetiza o "Clarín", que arremata com estilo: "Isso é Gallardo: passam os anos e os meses, e ele transforma seus atletas em jogadores melhores".
Os 13 títulos de Gallardo em 7 anos de River
- Três Recopas Sul-Americanas (2015, 2016 e 2019)
- Três Copas Argentinas (2016, 2017 e 2019)
- Duas Libertadores da América (2015 e 2018)
- Duas Supercopas Argentinas (2018 e 2021)
- Uma Copa Sul-Americana (2014)
- Uma Copa Suruga Bank (2015)
- Um Campeonato Argentino (2021)
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