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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Galã e genro de Carlos Bianchi: quem é o técnico Domínguez, alvo do Inter

Eduardo Domínguez, técnico do Colón, da Argentina - Divulgação Colón
Eduardo Domínguez, técnico do Colón, da Argentina Imagem: Divulgação Colón

Colunista do UOL

17/12/2021 09h53Atualizada em 17/12/2021 10h12

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Um dos destaques do sempre competitivo futebol argentino está na mira do Internacional para a temporada 2022. De acordo com o colega Marinho Saldanha, o próximo técnico colorado tem tudo para vir do país vizinho, e a lista de nomes tem Sebastián Beccacece, Cacique Medina e Eduardo Domínguez — que chama atenção na Argentina também fora dos gramados.

Atual técnico do Colón, da província de Santa Fé, Domínguez está com 43 anos e é genro de ninguém menos que Carlos Bianchi, técnico mais vezes campeão da Libertadores — quatro títulos (um pelo Vélez e três com o Boca) e um vice. Domínguez e Brenda, a filha mais velha do lendário treinador, são casados há nove anos e têm um casal de filhos.

A convivência, claro, permite trocar ideias. ''Mas não falamos muito de futebol. Carlos é sempre aberto a conversar sobre o time, mas não fico o enchendo. Ele é melhor avô que treinador'', define Eduardo.

Ex-zagueiro do Huracán, Domínguez virou técnico da noite para o dia. Aos 37 anos, já fazia a sua estreia e levava o clube que defendia como atleta a um nível ainda mais alto. Foi vice-campeão da Sul-Americana, eliminando o River Plate na semifinal e caindo só na decisão depois de dois 0 a 0 e pênaltis contra o Santa Fé, da Colômbia.

'Galã roqueiro'

Outra característica de Domínguez bastante comentada até mesmo em Buenos Aires, a quase 500 quilômetros de onde trabalha, é seu visual roqueiro à beira do campo. A Argentina o vê como sósia de Adam Levine, vocalista do Maroon 5, e os programas de rádio e TV não raramente se dedicam a analisar o seu look e como ele parece uma verdadeira estrela dos palcos ao entrar nos gramados.

dominguez - Divulgação Colón - Divulgação Colón
Eduardo Domínguez, técnico do Colón
Imagem: Divulgação Colón

Nada, porém, que comprometa seu trabalho, que é bem avaliado desde a estreia no Huracán em 2015. A aparência sempre alinhada não representa nada de futilidade. Ele é reconhecido pela humildade, pela objetividade no trabalho e por um conhecimento tático fora do comum para ler a partida e fazer as mudanças necessárias no time. Tanto é assim que um dos seus apelidos é "El Brujo" ("O Bruxo").

O pé no chão é visto também na hora de escolher os clubes. Além da estreia no Huracán e na atualidade do Colón, campeão da última Copa da Liga Profissional (versão adaptada do Campeonato Argentino em tempos de pandemia), Domínguez dirigiu também o Nacional do Uruguai, conquistando a Supercopa Uruguaia de 2019, e jamais forçou a saída de onde trabalhou em prol de um convite de um clube maior.

Uma curiosidade bastante repetida na Argentina é ele não usar o WhatsApp: "Quando instalei, logo tinha 300 mensagens me dando os parabéns. Não quero me sentir tão importante assim", responde.

O equilíbrio é visto também na hora de armar seus times. É difícil caracterizar seu trabalho na armação dos esquemas, tamanha a variação de estilos e as mexidas de acordo com o adversário. Polivalente e abrangente, sabe que só uma boa condução do elenco é capaz de evitar o clima ruim por deixar determinado jogador na reserva em detrimento de um suplente que tenha características mais adequadas em determinado momento.

Publicamente ou em conversas reservadas, seus atletas costumam elogiá-lo sempre pela sinceridade e pelo respeito com o qual trabalha e comunica decisões.