Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Loucuras secretas e obsessão por aprender: o que mostra a série de Simeone
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Neymar não é o único personagem do momento a ganhar sua série documental. O argentino Diego Simeone a partir de amanhã (26) poderá ser visto na Amazon Prime Video com seis episódios de "Simeone: Viver Jogo a Jogo", revelando as histórias desconhecidas por trás da carreira de um dos principais técnicos do mundo.
Cada trecho terá de 30 a 40 minutos e traz um batalhão de entrevistas com técnicos e jogadores do naipe de Lionel Messi, Ronaldo Nazário, Cristiano Ronaldo e José Mourinho, como pôde ver a coluna em exibição prévia.
As entrevistas foram (bem) feitas pelo ex-jogador Gustavo López, hoje um nome de peso na TV espanhola. Os depoimentos acertam ao trazer uma intimidade e leveza que as estrelas dificilmente teriam com outro entrevistador.
A série agrada também por mostrar a obsessão de Simeone por aprender sobre futebol até mesmo quando está prosaicamente descansando em família — uma conversa íntima com seu pai em frente à sua casa é destacada justamente para ilustrar esta "loucura" do argentino, mostrado também chorando pelo sucesso de um dos seus filhos, Giovanni, no futebol italiano, por onde Diego também passou em seus tempos de atleta.
O lado passional é obviamente explorado, seja na construção da sua figura no comando do Atlético de Madri ou cantando canções das torcidas com suas duas filhas.
De Bilardo a Bielsa
Outro acerto da série de Simeone é mostrar seu lado "esponja" e como ele se esforça para ser um "eterno aprendiz", característica que o acompanha desde os primeiros chutes nos gramados argentinos.
É essa sanha por conhecimento que dá o "Jogo a Jogo" ao título da série.
Se Simeone hoje se destaca, é porque soube interpretar e absorver o raciocínio dos diferentes estilos de treinador, desde Carlos Bilardo, seu primeiro comandante na seleção, até Marcelo Bielsa, o último, de personalidades integralmente opostas.
Tais lições são resgatadas em diálogos com o pai, Carlos, que também era técnico — mas de uma equipe de veteranos em um clube de Buenos Aires.
São célebres na Argentina as conversas sobre futebol na família de Simeone, em ''90% do tempo'', e que Diego sempre foi tão doido por esquemas táticos que costumava espalhar pranchetas magnéticas pela casa, levando-as inclusive para o banheiro.
''O quanto ele gosta de futebol é incrível. A primeira palavra que ele disse foi gol: 'Goooool'. Disse gol antes que mamãe'', conta o Simeone pai.
Outras revelações: Diego era fã de Falcão e tentava copiá-lo em campo. E que ele, então com oito anos, viveu a Copa do Mundo de 1978 de ponta a ponta, não saindo da frente da televisão e do rádio até o título da Argentina sobre a Holanda.
Hoje com 51 anos, Simeone ainda não desistiu de comandar a seleção argentina. Em repetidas entrevistas, seu pai diz que isso vai acontecer na "casa dos 55 anos". A série não entrega pistas a respeito, mas não convém duvidar de quem dedicou (e dedica) tanto da vida à sua vocação.
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