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Perto do Galo: O que diz a denúncia contra Cristian Pavón por abuso sexual
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Cristian Pavón está a caminho do Atlético-MG, segundo informou ontem (8) o colega Victor Martins aqui no UOL Esporte. O atacante argentino de 26 anos já topou a transferência e agora espera o fim de seu contrato com o Boca Juniors, em junho — e o clube xeneize não demonstra lamentar sua saída.
Na sexta-feira passada, em entrevista ao canal argentino de TV TyC Sports, Juan Román Riquelme, vice-presidente de futebol do Boca, afirmou: "Eu, pessoalmente, há um ano, entrei em acordo com o Los Angeles Galaxy. Quando isso aconteceu, eles nos falaram 'agora não queremos falar mais de Cristian Pavón porque saiu uma denúncia por violência de gênero'", disse Román. "Em dezembro [de 2021], o Cruz Azul falou com Cristian, em um momento estiveram muito perto de entrar em acordo, mas no final não deu em nada".
Fernando Hidalgo, representante de Pavón, rebateu: "A última oferta do Los Angeles Galaxy foi em 10 de fevereiro de 2021, e isso é posterior à denúncia contra Cristian. O Boca negou duas vezes a proposta dos Estados Unidos. Eles têm o direito, mas são os responsáveis por isso [permanência do atacante]", disse Hidalgo à Rádio La Red.
Pavón saiu do Boca rumo a Los Angeles em agosto de 2019, voltando a Buenos Aires em dezembro de 2020. Desde então, não houve acordo para sua transferência definitiva.
A denúncia
Em 25 de janeiro de 2020, Gisela Marisol Doyle denunciou penalmente Pavón na província de Córdoba. O motivo: um abuso sexual que teria acontecido em 1º de novembro de 2019.
A coluna teve acesso a uma cópia da denúncia. Nela, Gisela afirmou que, em uma festa realizada em Córdoba, após o consumo de maconha e álcool, o atacante a trancou em um banheiro e a obrigou a ter relações sexuais. Depois, Pavón ainda a deixou jogada no chão.
Em 12 de fevereiro de 2021, o advogado de defesa de Gisela, Luciano Bocco, pediu a prisão preventiva ou que o jogador do Boca fosse proibido de deixar a Argentina, já que ele negociava uma transferência para o Los Angeles Galaxy. "No caso de ele sair antes da execução do pedido, vamos pedir a extradição por meio da Interpol", disse Gisela à época.
Na primeira semana de março de 2021, a Justiça de Córdoba imputou Pavón pelo delito de "abuso sexual com acesso carnal". Ele foi convocado para prestar depoimentos no dia 23 daquele mês — os advogados do jogador afirmaram que tais depoimentos já haviam ocorrido.
Gisela, que trabalha como enfermeira e tem 35 anos, diz hoje que "já registrou seus depoimentos e provas e indicou suas testemunhas à justiça argentina". Segundo apurou a coluna, ela segue esperando os desdobramentos do caso, mas não foi informada de nenhuma data específica para tal.
O que diz Pavón
Os advogados que defendem o jogador dizem que a denúncia é falsa. Em 9 de janeiro de 2021, divulgaram uma nota afirmando:
"A denúncia contra o Senhor Pavón é falsa. Por isso, o Senhor Pavón denunciou oportunamente esta situação ante os fiscais de turno por extorsão e falsa denúncia. Em tal denúncia, o Senhor Pavón foi convocado como testemunha e, dito isso, aportou tudo o que conhecia sobre os ocorridos".
"Apenas podemos informar que o Senhor Pavón se apresentou espontaneamente ante os fiscais e se colocou à disposição para colaborar com a investigação e demonstrar sua inocência".
"O Senhor Pavón e toda sua família estão muito tranquilos, confiando que a justiça atuará e demonstrará a verdade e os interesses ilegítimos por trás desta falsa denúncia", encerrava a nota assinada pelos advogados Gabriel Gramática Bosch, Débora Ruth Ferrari e Gerardo Gramática Bosch.
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