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Biógrafo revela que Messi esteve perto de jogar no Real
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O Paris Saint-Germain recebe o Real Madrid pelas oitavas de final da Liga dos Campeões amanhã (15), às 17h (de Brasília), no Parque dos Príncipes. Astro do PSG e maior nome da história do Barcelona, Lionel Messi esteve perto de vestir a camisa do clube merengue. Quem contou foi o biógrafo do craque argentino, Guillem Balagué, que publicou uma coluna ontem (13) no jornal francês "Le Parisien" descrevendo como foram as negociações.
"O então diretor do Barcelona era Javier Pérez Farguell, e uma das suas primeiras ações foi ver os contratos assinados pelo clube, e se espantou ao ver que o acordo com Messi, escrito uns meses antes, era de 100 milhões de pesetas por temporada, um valor expressivo para um menino de 14 anos", escreveu Balagué em sua coluna. Tal espanto ocorreu em 2001. Messi só estrearia nos profissionais do Barça em 2003.
"A decisão não havia sido sua [do diretor] e ele decidiu refazer este compromisso. Ofereceu um novo contrato, por um valor menor. Quem ele pensa que é? Maradona?", questionou Farquell, ainda segundo a coluna do "Le Parisien".
Sempre bem informado, Jorge Valdano, ex-jogador da seleção argentina e do próprio Real, era então dirigente do clube merengue. E soube desta questão envolvendo Messi e o Barcelona. Valdano procurou a família e "disse que estava disposto a pagar mais que os catalães, mas não queria declarar guerra ao Barça".
"O Real não fez nenhuma oferta oficial, e nem fazia falta. 'Acho que iremos a Madri'", ameaçou então o pai de Messi na reunião com o Barcelona. No fim, ele aceitou seu novo contrato pelo valor menor.
Grato aos catalães por recebê-lo e encaminhar sua carreira, Lionel ficou no clube até o ano passado, se transferindo para o PSG que cruza o caminho merengue nesta semana.
Amor intenso, final abrupto
A história de Messi no Barcelona teve início em setembro de 2000, quando ele chegou ao clube com apenas 13 anos após ser descoberto nas categorias de base do Newell's Old Boys. O jogador passou por todos os estágios no Camp Nou até fazer a sua estreia no time principal com 17 anos, em 2004. Com 672 gols em 778 jogos, conquistou quatro títulos da Liga dos Campeões e 10 troféus do Campeonato Espanhol.
Uma das reflexões levantadas no F90 (principal mesa-redonda argentina, na ESPN) passava exatamente por isso quando sua saída do clube foi anunciada: o divórcio Barcelona-Messi era assim, brusco e vulcânico, porque a relação também foi. Um dos pontos de reflexão vinha de uma tese do jornalista e escritor Andrés Burgo, que questionava: Por que queremos saídas organizadas em amores tão intensos?
De fato, a história de Messi com o Barcelona foi um prato cheio para as mais sentimentais reflexões portenhas que incluíam obviamente o auge de sua carreira depois da conquista da Copa América com a seleção argentina.
Di Stéfano e sua briga com o presidente
Falar de um argentino com a camisa do Real Madrid, como quase ocorreu com Messi, é falar de Alfredo di Stéfano, tão lendário em Madri quanto Lionel na Catalunha.
Di Stéfano foi o grande responsável por tornar o Real Madrid um dos gigantes europeus. Fez parte da equipe que assombrou o futebol nas décadas de 1950 e 1960, formando dupla com o húngaro Ferenc Puskas. Nos seus 11 anos de Real, foi pentacampeão europeu e conquistou oito títulos espanhóis.
Em 1964, aos 38 anos, depois de muitas brigas com o técnico Miguel Muñoz, Di Stéfano ouviu do presidente do clube, Santiago Bernabéu, que não renovaria seu contrato pela sua avançada idade e pelo seu alto salário. O argentino se transferiu para o Espanyol, onde parou de jogar dois anos depois. Di Stéfano morreu em julho de 2014, por uma parada cardíaca. Tinha 88 anos.
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