Argentina se prepara para enfrentar Brasil em junho na Europa ou Qatar

Nos bastidores da seleção argentina, o anúncio de ontem (14) da Fifa oficializando o novo Brasil x Argentina foi recebido com tranquilidade. A entidade já trabalhava com esta informação, tanto que na semana passada ela circulou como rumor no canal argentino de TV TyC Sports, detentor dos direitos de transmissão dos jogos da seleção no país.

A logística da entidade trabalha agora com a "janela Fifa" de junho como data. O local da partida deve ser designado no mês que vem. Nos corredores da associação há duas hipóteses de locais, segundo apurou a coluna: Europa ou Qatar. Para a AFA, não há chances de o clássico ser disputado na América do Sul.

A escolha pela Europa teria a ver com o confronto da Argentina contra a Itália que será realizado em 1º de junho, muito provavelmente em Wembley. Como o Brasil também procura fazer amistosos no continente nesta data, contra a Inglaterra inclusive, a escolha seria conveniente para ambos.

Países possíveis para receber o Brasil x Argentina seriam a princípio três: a própria Inglaterra (pela facilidade de estádios e aeroportos), Espanha (maior vínculo com a Argentina) ou Portugal (pelos brasileiros que moram lá).

Mandar o jogo ao Qatar serviria para promover a Copa do Mundo com um clássico realmente maiúsculo, mas hoje a AFA considera esta opção como meramente hipotética, segundo os contatos já feitos com a Fifa até aqui.

A apelação informada ontem pelo presidente da AFA, Chiqui Tapia, contra a multa e a decisão de se jogar de novo o Brasil x Argentina tampouco tem muitas condições de prosperar. No xadrez dos bastidores do futebol, uma rispidez da AFA com a Fifa às vésperas de uma Copa do Mundo — e com a seleção argentina vivendo a melhor fase das últimas décadas — não faria sentido.

Festa?

A Argentina está sem perder há 29 jogos, maior série invicta entre todas as seleções do mundo. E a maior invencibilidade da história da seleção argentina já está no radar de Lionel Messi e companhia. De 1991 a 1993, a Argentina ficou 31 jogos sem perder. Era então comanda pelo excêntrico técnico Alfio "Coco" Basile.

Ainda há mais dois jogos argentinos pelas Eliminatórias, contra Venezuela (24 de março, em casa) e Equador (fora, em 29 de março). Depois, em 1º de junho, o confronto contra a Itália em Londres. Ou seja: ante o Brasil, a Argentina poderia ratificar, além da sua maior invencibilidade de todos os tempos, uma condição histórica a meses da Copa do Mundo.

O confronto ante o Brasil viria a ser o 33º da Argentina sem sofrer uma derrota. A sequência de Coco Basile em 1993, em algumas fontes, registra 33 jogos sem perder porque inclui dois amistosos contra combinados chamados de "Resto do Mundo" e "Resto da América".

Registrar tal sequência no futebol ultraprofissional de hoje, superando até os tempos em que tais amistosos excêntricos eram possíveis, faria a "Scaloneta", como é chamada esta seleção argentina, realmente delirar em caso de superioridade contra o Brasil neste clássico remarcado.