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Como a aposentadoria 'consertou' a relação de Agüero com o pai
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Forçado a largar o futebol aos 33 anos por uma arritmia, o ex-atacante Sergio "Kun" Agüero tem surpreendido a Argentina com reflexões maduras sobre a vida. Nesta semana, ao canal de TV TyC Sports, ele abriu o coração e, quase chorando, contou que vive um momento especial com seu pai, Leonel. Ex-jogador de várzea e taxista, Leonel tinha apenas 19 anos quando Agüero nasceu (seu segundo filho de um total de sete).
"Meu pai nunca disse que eu jogava bem. Quando me aposentei, recebi dele uma mensagem escrevendo que fui o melhor jogador que viu. Esperou eu parar de jogar para me dizer", contou Agüero, revelando uma rotina de "rigor e duros tratos" com o pai desde a infância.
"Agora estamos bem, nem parecemos mais as mesmas pessoas, que mantinham sempre as mesmas brigas. Um alívio."
Depois de Messi, o melhor
Agüero estreou nos profissionais do Independiente aos 15 anos, em 2003. Trilhou depois uma carreira de enorme sucesso no Atlético de Madri e no Manchester City, entre outros clubes. Na seleção argentina, marcou 42 gols, sendo o terceiro maior artilheiro da azul e branca em todos os tempos.
Não há na Argentina quem não o considere como o melhor jogador do país na atual geração (Lionel Messi, hors-concours, não conta). E nada disso fazia seu pai baixar a guarda, mesmo com o filho multicampeão na Europa.
Na infância, como era de se imaginar, a rispidez era maior.
"Sempre tive uma relação muito forte com meu pai quando o assunto era o futebol. Quando eu era criança, não discutia, mas escutava muito e isso me fazia sofrer, mas ele foi meu guia. Eu só queria jogar, e ele me detonava por muitas coisas", contou Agüero à TyC Sports na sua casa de games, a KRÜ esports, que abriu no bairro portenho de Palermo.
"Se eu me comportasse mal, me atrasasse ou faltasse, ele tirava o que mais me doía e me deixava de castigo. 'Esta semana você não vai treinar nem jogar', me dizia. Eu ficava a semana inteira chorando, mas essa era uma maneira de me educar, de fazer que eu me comportasse bem para curtir o que eu mais gostava, que era jogar bola."
Agüero cansou de pedir ao pai para aliviar. Que nada. "Ele achava que esta era a maneira que eu tinha de aprender. Eu sabia que tinha ido bem em alguns jogos, mas por mais que eu fizesse gols e fosse importante, em alguns momentos relaxava, perdia bolas, acabava fazendo uma ou outra coisa errada. E ele buscava sempre o que eu fazia de errado para me dizer. Foi assim que aprendi. Até quando grande, quando eu fazia gols, ele me dizia que era sorte."
"Depois que cresci perguntava porque ele fazia isso. E ele me dizia que sabia que eu podia dar mais do que estava dando. Não se conformava com o que eu treinava ou jogava."
Muito mais relaxado
Agüero tem um filho de 13 anos — Benjamín, da sua relação com Gianinna Maradona, filha de Diego.
Na Argentina, quando alguém quer ressaltar uma boa genética, se refere a Benjamín. Que, afinal, é filho de Agüero e neto de Maradona (e que ainda tem Lionel Messi como padrinho).
O ex-atacante diz que nem de longe vai pegar pesado nas escolhas e no comportamento do filho. Principalmente se ele quiser jogar futebol.
"Estávamos no aniversário dele [na semana passada] e desapareceu no meio da festa. Um louquinho. Saiu para jogar bola com os amigos. Fui vê-lo um pouco. Está bem na idade em que quer jogar. Vamos ver se ele quer mesmo, vou tentar acompanhá-lo. Expliquei a ele o que era ser jogador de futebol. Agora vai depender da vontade dele."
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