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Por que o Boca já compara Romero-Benedetto à dupla Riquelme-Palermo?
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No Boca Juniors, o criativo arma e o oportunista define. Juan Román Riquelme e Martín Palermo? Neste 2022, a dupla que faz a maior torcida da Argentina sonhar é Óscar Romero e Darío Benedetto, aposta pesada do clube xeneize para voltar a conquistar a Libertadores da América. A última volta olímpica do Boca na Copa foi justamente com Riquelme e Palermo em campo, em 2007, no histórico placar agregado de 5 a 0 ante o Grêmio de Mano Menezes.
A chegada de Óscar Romero vem sendo recebida com enorme euforia pelo clube azul e ouro. Quem expressou bem a loucura gerada pela boa estreia do paraguaio foi o jornal "Olé", que cravou em capa de anteontem (3) o criativo "Óscar bostero".
Cabeça erguida, bola no pé, passes precisos, criatividade, coragem para encarar os volantes. A estreia pela Copa Argentina contra o fraco Central Córdoba, de Rosário, foi "um mero trâmite", como dizem os portenhos, com uma vitória folgada por 4 a 1. Mas agora Óscar terá um teste à altura neste domingo, às 19h15 (de Brasília), contra o Huracán, em sua primeira aparição com a camisa do Boca à frente da sua torcida.
O irmão gêmeo de Ángel Romero, ex-Corinthians, apagou em apenas uma partida a fraca impressão que deixou no San Lorenzo, quando sequer teve uma continuidade como titular. Esteve mais para o Óscar que brilhou no Racing entre 2015 e 2016, gerando comparações do próprio Riquelme com o estilo de jogo que rendeu o posto de maior ídolo da história do Boca.
O bom nível de Óscar gerou tanta loucura que acabou fazendo o técnico Sebastián Battaglia trocar o esquema de jogo e encaixá-lo como "enganche", o armador que pensa o jogo e abastece os atacantes — e neste Boca atual, são dois tremendos oportunistas, Villa e Benedetto.
O maior desde Martín
Se Óscar faz a torcida do Boca suspirar de saudades da magia de Riquelme, Benedetto já há semanas está na cabeça dos fanáticos como o melhor atacante do clube desde Palermo. E não há mesmo muito para discordar.
Primeiro, Benedetto — cujo apelido é "Pipa" pelo formato do nariz — já provou que está com a capacidade goleadora intacta desde sua volta ao clube, como provou com os dois gols contra o Independiente no sábado passado.
Os problemas de relacionamento agora parecem também que ficaram para trás. Ele está com 31 anos e sonha em jogar a Copa do Mundo do Qatar, sua última chance de ir a um Mundial. A missão é obviamente muito difícil pela quantidade e qualidade dos atacantes argentinos, mas o peso de uma boa campanha pelo Boca é realmente bem grande em um país que ainda carece de valores do futebol nacional na seleção.
O segundo motivo que enche o noticiário de saudosismo é que o Boca realmente não teve bons atacantes desde a saída de Palermo, em 2011. Em um resgate rápido surgem os nomes de Viatri, Tanque Silva e Puma Gigliotti (Tevez tem outro estilo), e nenhum demonstrou capacidade de suportar uma das camisas mais pesadas do futebol mundial. Digam o que quiserem de Benedetto. Mas esta coragem ele realmente tem.
Punidos
A sintonia entre Romero e Benedetto será especialmente bem-vinda ao Boca nesta Libertadores. O clube vai começar a Copa com simplesmente seis punidos pelo quebra-quebra do Mineirão contra o Atlético-MG no ano passado.
Ao todo, foram sancionados seis jogadores e quatro dirigentes do clube portenho. Entre os atletas, os atacantes Pavón e Villa foram quem receberam as maiores penas, com seis partidas de suspensão cada. Os zagueiros Rojo (cinco jogos de suspensão) e Izquierdoz (quatro), o volante González (três) e o goleiro Javier García (dois) também foram suspensos.
Ou seja: livres de qualquer sanção, Óscar e Pipa terão caminho livre para provar valor e fazer seu torcedor sonhar. Romero/Benedetto = Román/Martín? O tempo dirá. O difícil é controlar a loucura e o exagero, como os argentinos sabem bem.
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