Como está sendo o começo no futebol do filho de Agüero (e neto de Maradona)

Filho de Sergio Agüero, neto de Diego Armando Maradona e afilhado de Lionel Messi. É com esta genética e com este contexto familiar que Benjamín Agüero Maradona, de 13 anos, está começando sua carreira no futebol jogando pelo Tigre — sim, o mesmo clube que enfrentou o São Paulo na final da Copa Sul-Americana de 2012.

Benjamín, que ainda encontra sua posição em campo, às vezes jogando como meia (como o avô) ou como atacante (como o pai), passou em uma peneira da equipe argentina e já integra a categoria sub-15 que se prepara para jogar competições com outros clubes de Buenos Aires.

A estreia do garoto tem chamado bastante atenção da imprensa argentina, a ponto de canais de TV mandarem equipes para registrar os seus treinos. O principal jornal do país, o "Clarín", publicou uma extensa matéria nesta semana contando a expectativa por sua chegada e a tentativa da família em aliviar as cobranças e curiosidades que sua presença desperta.

O comportamento virtual é um pouco diferente — as redes sociais de Giannina, sua mãe, por exemplo, são cheia de imagens e frases emocionadas comparando as semelhanças físicas entre Benjamín, seu filho, e Diego, o avô do garoto.

Benjamín já fez dois amistosos, contra o Acassuso e o Platense, clubes vizinhos, e teve sua atuação definida como "um pouco nervosa".

"O interessante é que ele se integrou rápido e jogou como um atleta a mais", contaram Luis Paraná e Diego Reinoso, coordenadores das divisões de base do Tigre.

"Ele é rápido e toma boas decisões", definiu Luis Paraná ao "Clarín". "É muito respeitoso, humilde e treina bem. Está se divertindo com o grupo."

Enquanto a bola rola, Benjamín pode ser um a mais, mas sempre que há um intervalo, se destaca pelas suas companhias. Os colegas de time (e os respectivos pais) fazem filas para tirar fotos com Giannina Maradona, mãe de Benjamín, Claudia, sua avó, e com o ex-atacante Daniel "Loco" Osvaldo, ex-namorado de Giannina.

Justamente para aliviar a carga sobre o filho, Sergio Agüero tem preferido não acompanhar os treinos de Benjamín de perto. "Mas é claro que ele sabe que pode contar comigo para o que precisar", contou o ex-atacante em uma das lives diárias que faz em diversas plataformas, especialmente no Twitch.

Dentro desta noção de "normalidade", Benjamín terá de lidar com algo bastante comum a qualquer jogador: ele caiu sobre o pulso e precisou imobilizar a região, ficando de duas a três semanas sem jogar.

Pais e filhos

A coluna trouxe há três semanas a inusitada situação familiar de Agüero. Forçado a largar o futebol aos 33 anos por uma arritmia, ele abriu o coração e, quase chorando, contou que vive um momento especial com seu pai, Leonel. Ex-jogador de várzea e taxista, Leonel tinha apenas 19 anos quando Agüero nasceu (seu segundo filho de um total de sete).

"Meu pai nunca disse que eu jogava bem. Quando me aposentei, recebi dele uma mensagem escrevendo que fui o melhor jogador que viu. Esperou eu parar de jogar para me dizer", contou Agüero, revelando uma rotina de "rigor e duros tratos" com o pai desde a infância. "Agora estamos bem, nem parecemos mais as mesmas pessoas, que mantinham sempre as mesmas brigas. Um alívio."

As cobranças que Agüero considerava excessivas serviram para ele repensar o trato destinado a Benjamín

"Estávamos no aniversário dele e Benja desapareceu no meio da festa. Um louquinho. Saiu para jogar bola com os amigos. Fui vê-lo um pouco. Está bem na idade em que quer jogar. Vamos ver se ele quer mesmo, vou tentar acompanhá-lo. Expliquei a ele o que era ser jogador de futebol. Agora vai depender da vontade dele."