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Os clássicos argentinos são mais quentes que os brasileiros? Silas responde
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A Argentina já respira a rodada dos clássicos. Tendo como prato principal o River Plate x Boca Juniors das 19h (de Brasília) de amanhã (20) no enlouquecido Monumental de Núñez, a série de jogos de imensa rivalidade lança a pergunta: os clássicos na Argentina são mais quentes e "pegados" que no Brasil?
Para encontrar uma resposta, a coluna ouviu Paulo Silas. Ídolo do San Lorenzo entre 1994 e 1997, ele foi um dos grandes craques do futebol argentino na década de 1990. Presença cativa por aqui, Silas é voz autorizada para situar o futebol que se joga no país vizinho em comparação com o Brasil. Técnico de clubes como Flamengo, Grêmio e Fortaleza, entre outros, e atleta de São Paulo, Internacional e Atlético-PR, ele tem décadas de experiência em clássicos.
Silas estará amanhã na transmissão do superclássico argentino ao lado de Luiz Carlos Largo e Renato Rodrigues na ESPN 4. Confira os melhores trechos do papo com a coluna:
Você disputou clássicos no Brasil e na Argentina. Os clássicos argentinos são mais quentes que os brasileiros?
Paulo Silas - Cada clássico sem sua particularidade. Joguei na Itália também um Sampdoria x Genoa que era bem complicado. Clássico sempre gera muita tensão e muita provocação, a torcida ganhadora tira sarro da perdedora durante meses. Mas eu diria que os clássicos argentinos são mais complicados porque o futebol argentino gira em torno de Buenos Aires. Há clubes de Córdoba, La Plata e Rosário, mas a maioria fica em Buenos Aires, por isso são mais apimentados. E o mais acirrado, sem dúvida, é Boca x River.
Que diferença você nota entre argentinos e brasileiros no envolvimento e na paixão pelo futebol?
São países muito parecidos. A diferença talvez seja a que mencionei, a da concentração dos clubes em Buenos Aires. A Argentina é um país bem menor que o Brasil. Enquanto no Brasil os times estão mais espalhados, com dois ou quatro grandes por estado, na Argentina a gente via camisa de até 15 times diferentes só em Buenos Aires. E isso, sem dúvida, deixa a paixão pelo futebol ainda mais aflorada.
Você jogou aquele histórico River Plate x San Lorenzo da Libertadores de 1996. Qual a sensação de estar em campo no Monumental lotado em um jogo decisivo?
Foram jogos realmente sensacionais. Perdemos em casa e fomos decidir no Monumental que estava realmente pegando fogo. O River tinha um timaço, com Ortega, Francescoli e Crespo. Empatamos e tivemos chance de ganhar no finalzinho. É um estádio ótimo, muito bom de se jogar. E eu sempre lembro que foi lá que fiz o gol mais bonito da minha carreira [em um River x San Lorenzo de 1994]. Arranquei da esquerda e driblei todo mundo. Tenho sempre lembranças muito boas quando falam do Monumental.
E a sensação de calar a torcida do Boca? Como você, grande carrasco xeneize, definiria?
O San Lorenzo era o "pai" do Boca, como falávamos na Argentina, por ganhar mais do que perder. Eram jogos incríveis, lembro que fiz até um gol olímpico no Boca. É um clássico bem pesado, fazer gol contra os grandes é importante demais. E na Argentina os dois maiores são mesmo Boca e River. Depois vêm San Lorenzo, Racing, Independiente e Vélez Sarsfield.
E como era jogar o clássico San Lorenzo x Huracán?
O clássico de bairro, como diziam! A rivalidade era grande e bem típica, mas conosco o Huracán não teve tanta chance, nosso momento era bem melhor. Ganhamos todos, menos um que empataram no finalzinho.
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