Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Zagueiro do Boca é filho de um combatente da Guerra das Malvinas; conheça
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O Boca Juniors encara hoje o Corinthians às 21h30 (de Brasília) com um jovem zagueiro que precisará demonstrar que está à altura do desafio. O jogo da Neo Química Arena, aliás, é um mero evento esportivo para Gabriel Aranda, que cresceu em meio a uma pesadíssima história familiar.
Capitão da categoria Reserva do Boca (equivalente aos antigos "Aspirantes"), ele ficou famoso na Argentina não só pelas suas cabeçadas (tem 1,90 metro) e sua maturidade em campo (só 21 anos). Ele é filho de Pedro Aranda, combatente na Guerra das Malvinas, há exatos 40 anos.
O apelido de Aranda é "Pola", de "Polaco" - e era assim também que seu pai era chamado. Até hoje, ambos guardam na sala de casa um recorte de jornal do "Polaco" mais velho a caminho do ônibus que sairia do Terminal Retiro, de Buenos Aires, em direção a Ushuaia para uma homenagem aos combatentes, em 2002.
Superação extrema
O pai de Aranda é da cidade de Vera, na província de Santa Fe. Órfão de mãe aos seis anos, foi chamado pelo Exército de La Plata e partiu em direção às Ilhas Malvinas em 13 de abril de 1982.
Ouvir o seu relato é pesado.
"Foi terrível, um inferno na terra. Saímos de Buenos Aires como jovens de 19 anos e voltamos homens mudados totalmente de cabeça. E muito mal psicologicamente pelo combate. Todos voltamos muito mal", relatou ao portal argentino "Infobae", dizendo que esteve muito perto de cometer suicídio.
Pedro ainda encontrou muita dificuldade para voltar a trabalhar e caiu numa profunda depressão que o levou a um período de dois meses internado. "Fiquei no hospital dois dias, e o restante do tratamento segui em casa trancado no quarto. Minha mulher e o 'Polaquito' [Gabriel Aranda] me deram muitas forças. Ele tinha meses de vida."
O pai de Aranda ainda lidou com dificuldades como um câncer nos rins e o vício em cigarros (fumava entre quatro e cinco maços por dia), até estruturar sua vida com o esporte. Passou a correr todos os dias e participar de competições de atletismo de veteranos. Mantém o hábito até hoje. Vem daí, para o zagueiro, a cultura do esforço e da dedicação.
Valores que ele certamente colocará em campo nesta noite vestindo a camisa do Boca na Neo Química Arena.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.