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Por que Boselli joga pelo Estudiantes o que nunca jogou pelo Corinthians?
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A fase de grupos da Libertadores da América tem o atacante argentino Mauro Boselli como um dos destaques até aqui. Camisa 17 do Estudiantes de La Plata, ele reflete em seu desempenho pessoal a ótima fase coletiva do tradicional time vermelho e branco. Na Libertadores da América, o Estudiantes lidera o Grupo C, com sete pontos, três à frente do Bragantino, o segundo colocado. No Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional), o clube comanda o Grupo B com 25 pontos, quatro à frente do Boca Juniors.
Somando as duas competições nesta temporada, Boselli tem 10 gols marcados em 15 jogos disputados — o último deles, um golaço de cobertura no Bragantino na última terça (26). E isso porque ele ainda superou, na pré-Libertadores, uma lesão no tornozelo que o deixou fora por 25 dias.
Boselli está com 36 anos e mostra uma fase goleadora como poucas vezes na carreira. Artilheiro e campeão da Libertadores de 2009 pelo próprio Estudiantes, ele conta com liberdade total na atual equipe para fazer apenas o que sabe melhor: ser oportunista e empurrar a bola para as redes com toques firmes, precisos ou nas cabeçadas, outra "especialidade da casa" ao se analisar tanto a sua história como a do Estudiantes de La Plata.
A equipe argentina tem como técnico o excelente Ricardo "Russo" Zielinski, considerado um dos melhores do país. E ele leva a campo uma equipe coesa que se defende e ataca bem no 4-4-2, aproveitando a mobilidade dos demais jogadores para deixar Boselli livre para apenas atacar.
O seu companheiro de ataque costuma variar — vinha sendo o rápido e raçudo "Loco" Díaz, e contra o Bragantino foi o igualmente elétrico Gustavo Del Prete. As características são complementares. Enquanto ambos combatem os zagueiros e aceleram ao máximo, Boselli é a dose de oportunismo que tira proveito também da grande fase criativa do meio-campista Fernando Zuqui, outro destaque do Estudiantes neste 2022.
"Mauro é daqueles jogadores que não precisam de instrução", resumiu o técnico do Estudiantes depois da vitória contra o Bragantino. "Ele sabe o que fazer e quando fazer. Sua liderança perante os demais é incrível. Tê-lo no grupo é um privilégio que não posso desperdiçar. Sua comunhão com o clube é admirável."
"Quando alguém está em casa, tudo é mais fácil", definiu Boselli com precisão ao comentar sua ótima fase.
Já no Corinthians...
Contratado pelo Corinthians no início da temporada 2019 com status de solução para o ataque, Boselli atuou em 72 partidas, tendo feito 17 gols. Segundo o atleta, seu melhor momento foi no início da temporada 2019 sob o comando de Tiago Nunes ao tentar montar um time mais ofensivo.
"Me foquei muito no que era o Corinthians como instituição. A qualquer jogador brasileiro que perguntar em qual equipe quer jogar, vai responder Corinthians ou Flamengo. Eu senti isso na hora de tomar a decisão e, talvez, me equivoquei um pouco. Nesse momento, não olhei que forma de jogar tinha a equipe. Ou que estilo combinava melhor com meu futebol. Errei na hora de escolher o clube. "
"Se você me perguntar hoje, eu tomaria a mesma decisão, porque o Corinthians é magnífico. Não somente em relação à estrutura, que é espetacular, mas também à torcida e tudo que move o Corinthians. Meu erro foi na escolha. Eu não me encaixava no estilo de jogo do time. Isso dificultou as coisas", contou o argentino em entrevista ao portal "90 min".
Dispensado pela diretoria do Timão ao fim de seu contrato, em dezembro de 2020, o centroavante recebia o teto salarial do elenco naquela época. Em seus dois anos no clube paulista, Boselli conviveu com atrasos de salários e deixou o Alvinegro ciente de que tem uma dívida a receber: "O Corinthians me deve um montão de dinheiro", finalizou o argentino, sem entrar em detalhes.
Depois do Alvinegro, ele jogou pelo Cerro Porteño, do Paraguai, onde também teve números bem mais discretos que os do Estudiantes: 11 gols em 39 jogos na temporada 2021.
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