Topo

Tales Torraga

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Decisão hoje na Bombonera indica qual Boca vai enfrentar o Corinthians

Fagner jogador do Corinthians disputa lance com Eduardo Salvio jogador do Boca Juniors  pela Libertadores  - Ettore Chiereguini/AGIF
Fagner jogador do Corinthians disputa lance com Eduardo Salvio jogador do Boca Juniors pela Libertadores Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL

10/05/2022 08h44

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Uma "semana de loucos", bem típica do frenético ritmo que marca Buenos Aires. A exatos sete dias de encarar o Corinthians na Bombonera pela fase de grupos da Libertadores da América, o Boca Juniors abre os pesados portões do seu mítico estádio às 21h30 (de Brasília) de hoje (10) para enfrentar o Defensa y Justicia pelas quartas de final do Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional). A ESPN 4 mostra ao vivo para o Brasil, com narração de Luiz Carlos Largo e comentários de Lucho Silveira.

A Bombonera hoje estará superlotada como quase sempre. Todos os 54.000 ingressos foram esgotados e há grande clima de decisão para o confronto contra o competente time treinado por Sebastián Beccacece. Quem vencer segue na competição, e se houver empate a vaga nas semifinais será decidida nos pênaltis. O ganhador enfrenta quem passar do confronto entre Racing e Aldosivi, que também jogam hoje, às 19h15, no Cilindro de Avellaneda.

Para o Boca, a chance de brigar por mais um título local contra seus maiores rivais é considerável. O River, afinal, segue firme na competição e amanhã encara o Tigre. Mas o gigante xeneize tem outra preocupação no radar: dosar suas forças para a sequência também da Libertadores. Avançando hoje na Argentina, o Boca pode encarar nada menos que cinco partidas em 16 dias, o que expõe o time a consideráveis sequelas para o restante do semestre.

Além do Defensa y Justicia hoje, o Boca entraria em campo para a semifinal do Campeonato Argentino no sábado. Na terça que vem, encara o Corinthians — a sequência insana de partidas em curto espaço de tempo seria encerrada com a eventual finalíssima do Argentino, no final da semana que vem, e o fechamento da fase de grupos da Libertadores, contra o Deportivo Cali-COL, no dia 26 (uma quinta-feira).

becca - Divulgação DyJ - Divulgação DyJ
Sebastián Beccacece comemora gol do Defensa y Justicia
Imagem: Divulgação DyJ

Boca x Becca

Embora a sequência até o confronto contra o Corinthians não seja das mais absurdas — um jogo hoje e outro no sábado —, a intensidade das partidas locais deve fazer o Boca entrar pela Libertadores mais do que com as pernas cansadas: faz total sentido prever que as decisões na Argentina causem lesões e atletas afastados pela rispidez com a qual se joga no país.

À coluna, o técnico "Pipo" Gorosito, do Gimnasia y Esgrima de La Plata, fez sérias críticas à cultura de jogo que predomina hoje na Argentina, com entradas fortes e cuidado zero com o adversário, mesmo com a adoção do VAR. "Nunca vi semelhante nível de loucura. E nem bêbado digo que há um favorito neste mata-mata. Está tudo muito equilibrado e imprevisível", resumiu.

Neste clima de paridade, o Defensa y Justicia será um adversário de considerável capacidade para o Boca — já há até um trocadilho para chamar atenção para esta partida, o "Boca x Becca", pelas artimanhas e pela considerável criatividade tática de Sebastián Beccacece, aquele que hoje na opinião da coluna é o melhor técnico do país (depois, claro, do eterno Marcelo Gallardo no comando do River).

Falando de técnicos, rende muito burburinho na Argentina uma declaração recente de Carlos Bianchi, o lendário treinador do Boca campeão da Libertadores e do Mundial na virada do milênio Bianchi declarou recentemente que o time que ele mais gosta de ver em ação hoje na Argentina é justamente o Defensa y Justicia, o rival xeneize nesta noite.

Tanto Sebastian Battaglia, técnico do Boca, quando Juan Román Riquelme, vice-presidente de futebol da equipe, foram atletas de Bianchi. E estão consideravelmente enciumados com a declaração do "Virrey", como Bianchi é chamado. De fato, ele é um verdadeiro "Comandante" na história do futebol do Boca e da Argentina. E seu olhar clínico estará em evidência neste confronto.