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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Boca tenta hoje 50º título argentino: por que tantos a mais que no Brasil?

Boca Juniors vence o Talleres nos pênaltis e conquista a Copa da Argentina - Reprodução/Instagram @bocajuniors
Boca Juniors vence o Talleres nos pênaltis e conquista a Copa da Argentina Imagem: Reprodução/Instagram @bocajuniors

Colunista do UOL

22/05/2022 04h00

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Buenos Aires amanheceu cheia de apreensão e barulho com os torcedores do Boca Juniors madrugando nas infinitas "prévias". Regadas a vinho tinto e Fernet com Coca-Cola, os encontros são uma tradição portenha sempre que um gigante da cidade vive uma decisão. A de hoje (22) vale pelo Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional) e começa às 16h (de Brasília) no Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba, entre o Boca e o Tigre.

A ESPN e o Star+ mostram ao vivo para o Brasil, com narração de Luiz Carlos Largo e comentários de Silas, Renato Rodrigues e Renata Ruel.

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Jogadores do Boca Juniors comemoram vitória nos pênaltis sobre o Racing Club na Liga Argentina
Imagem: Gustavo Ortiz/Jam Media/Getty Images

Nada menos que 50

O que coloca este título do Boca como algo especial com relação aos anteriores é a chance de diminuir a vantagem histórica do River Plate na lista de títulos conquistados na Argentina. Somando os torneios de Copa (em mata-mata) ou de Campeonatos (os últimos em pontos corridos, por exemplo), a contagem hoje é de 51 a 49 para o River.

O troféu em disputa hoje ao final de 90 minutos, segundo a AFA, vale por uma Copa. Em caso de empate, a decisão terá prorrogação de 30 minutos e cobrança de pênaltis.

O Brasil pode até estranhar a alta contagem de conquistas de ambos, mas a razão para tantas taças é bem simples. O primeiro título nacional considerado pelo River é de 1914, enquanto o Boca ergue troféus na Argentina desde 1919.

E a contagem inclui os antigos campeonatos que se disputavam, por exemplo, no célebre formato Apertura/Clausura, terminando uma temporada, por exemplo, com dois títulos.

É mais ou menos o que ocorre no Brasil (com as somas de Taça Brasil, Robertão, Brasileiro, Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e Copa dos Campeões), embora o recuo no tempo entre os argentinos seja muito maior.

Se o River ergue taças desde 1914, o Palmeiras, time brasileiro que tem mais títulos nacionais, com 15, conquistou o seu primeiro em 1960, com a Taça Brasil, que entrou no calendário em 1959 — para se ter ideia do atraso, os clubes argentinos registram os seus campeões desde a era amadora, que começou a ser disputada em 1891.

Dos seus 51 troféus, o River tem 37 títulos de liga (como os argentinos chamam os campeonatos) e 14 de Copa. O Boca, hoje com 49, acumula 34 ligas e 15 Copas.

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Diego Martínez, técnico do Tigre
Imagem: Divulgação Tigre

Escalações

BOCA JUNIORS: Agustín Rossi; Luis Advíncula, Carlos Izquierdoz, Marcos Rojo e Frank Fabra; Pol Fernández, Alan Varela e Óscar Romero; Eduardo Salvio, Darío Benedetto e Sebastián Villa. Técnico: Sebastián Battaglia

TIGRE: Gonzalo Marinelli; Lucas Blondel, Víctor Cabrera, Brian Luciatti e Sebastián Prieto; Ezequiel Fernández e Sebastián Prediger; Facundo Colidio, Cristian Zabala e Alexis Castro; Mateo Retegui. Técnico: Diego "Gigolô" Martínez

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Luiz Carlos Largo, narrador dos canais ESPN
Imagem: Reprodução Instagram

Fala, Largo!

A coluna traz as opiniões do narrador Luiz Carlos Largo, a "voz do futebol argentino no Brasil". Ele estará hoje, às 16h, em mais uma decisão na ESPN.

O jogo terá as duas torcidas. Muda para narrar?
Luiz Carlos Largo - Muda. Ajuda e muito. São torcidas que não param de cantar um minuto sequer. Quando você narra e ouve os torcedores cantando, aquilo acaba contagiando, joga a transmissão para cima.

Pelo peso da camisa, o Boca é favorito contra o Tigre?
Largo - Por ser jogo único, tudo pode acontecer. Claro que o Boca tem mais camisa e, olhando por esse lado, entra em campo como favorito. O Tigre chega à final como grande surpresa. Um time que veio da Segunda Divisão, mas que eliminou o River Plate em pleno Monumental. Empatar com o River em seu estádio já é um grande feito, imagine vencê-lo. River e Racing eram os favoritos ao título.

Como tem sido seu contato com o público, como você avalia o momento das transmissões do Campeonato Argentino no Brasil?
Largo -
Minha carreira de narrador começou no automobilismo. Entre as categorias que narrava, estava a Fórmula 3 Sul-Americana. Foram mais de 12 anos transmitindo para a Band e ESPN, e viajando pelo menos seis vezes por ano para a Argentina.

Sempre tive um carinho muito grande pelo país vizinho. Sempre admirei sua cultura, costumes, gastronomia e claro, seu futebol. Ao longo desses anos conhecendo melhor a Argentina, esse carinho aumentou.

Quando soube que seria o narrador do Campeonato Argentino, vibrei demais. Narrei 75 jogos em 2021, espero narrar ainda mais esse ano. Sinto que o interesse do público pelo Campeonato Argentino tem crescido a cada ano, assim como sua audiência. É muito legal receber mensagens nas redes sociais como a "voz do futebol argentino".