Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Jogam amanhã em Wembley: 5 grandes histórias do clássico Itália x Argentina
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Itália e Argentina se enfrentam amanhã (1º) às 15h45 (de Brasília), em Wembley, no confronto entre os campeões da Copa América e da Eurocopa.
O clássico é um dos mais tradicionais da história das Copas do Mundo. De 1978 a 1990, argentinos e italianos se cruzaram quatro vezes.
A coluna resgata cinco histórias que ainda estão muito vivas na lembrança de argentinos, italianos e dos apaixonados por futebol.
Onde estavam os militares?
Argentina e Itália se enfrentaram no Monumental de Núñez no fechamento da fase de grupos da Copa do Mundo de 1978. E deu Itália, 1 a 0, golaço de Bettega, sem chances para Fillol.
Sempre que o assunto é a Copa de 1978, surge no Brasil o rumor de que a Argentina ganhou com a ajuda da Junta Militar que ditava então os rumos do país. Pois a derrota na fase de grupos colocou a Argentina em quadrangular complicado na segunda fase, o que é usado como argumento até hoje para desmontar a tese da ajuda dos generais naquele Mundial.
A Argentina encarou Brasil, Polônia e Peru, enquanto a Itália enfileirou Holanda, Alemanha e Áustria.
A azul e branca precisou ainda trocar de sede, de Buenos Aires por Rosário, refazendo boa parte do seu plano comercial para aquela Copa.
Surra no Sarriá
Argentina e Itália voltaram a se encontrar na segunda fase da Copa de 1982, na Espanha. E deu Itália, 2 a 1, em jogo lembrado até hoje pela marcação agressiva de Gentile a Maradona no Estádio de Sarriá.
O técnico argentino César Luis Menotti deu em 2016 uma entrevista sobre este jogo ao blog "Patadas y Gambetas", do UOL Esporte. Suas memórias:
''A gente já estava muito mal com o árbitro. Contra a Itália, mataram o Maradona a patadas. Mataram! Foi uma vergonha. Não nos deram dois pênaltis, inventaram impedimento. Nunca sofri tanto como nesta derrota para a Itália. Você não tem ideia da minha impotência e indignação.''
A ciência explica
A trilogia Argentina x Itália seguiu em 1986, de novo na primeira fase: foi o segundo jogo e o primeiro empate: 1 a 1, com um golaço mágico de Maradona, que saltou no ar e golpeou a bola com um efeito impressionante para vencer o goleiro italiano Galli.
Anos depois, físicos do Chile e do México se reuniram para estudar o gesto atlético de Maradona e como ele conseguiu produzir tal efeito na bola. Poucos outros lances do futebol geraram tamanha curiosidade fora dos gramados.
A napolitana mais saborosa
A Copa da Itália, em 1990, reservou o confronto mais célebre entre italianos e argentinos, que se enfrentaram no Estádio San Paolo, em Nápoles, onde Diego Armando Maradona era tido como um deus — tanto que hoje ele dá nome ao estádio.
Com vaias e aplausos marcando a sua atuação, Maradona estava machucado e ainda assim deu trabalho à Itália, que jogava em casa e demonstrava totais condições de vencer. Era a semifinal, e a Argentina vinha como a então campeã, mas ela tinha duas únicas armas: a técnica de Maradona e a raça de todos os outros.
O empate por 1 a 1 persistiu na prorrogação e a disputa foi para os pênaltis. Maradona marcou o seu, em meio à perplexidade do mundo todo, e quem surgiu foi um herói improvável muito comemorado na Argentina até hoje: o goleiro Sergio Goycochea, que parou os pênaltis de Donadoni e Serena.
Palavrão global
A vitória argentina sobre a Itália gerou resquícios. A azul e branca encarou a Alemanha na decisão em Roma, com total apoio italiano aos germânicos. O hino nacional argentino foi vaiado, e Maradona, em vez de cantá-lo, xingou os italianos em alto e bom som para o mundo todo ler os seus lábios, que vagarosamente pronunciavam um "filho da p..." muito lembrado até hoje, 32 anos depois.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.