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Confira 8 técnicos argentinos livres no mercado para seu time contratar
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O Flamengo agiu rápido e ontem (9) mesmo acertou com Dorival Júnior, mas o rodízio de técnicos no futebol brasileiro está longe de terminar. E quando o assunto são os treinadores, impossível não olhar para os argentinos, de reconhecida capacidade nos mais diferentes países.
Na Libertadores, por exemplo, dos 16 técnicos das oitavas de final, nada menos que oito são argentinos. Nas Eliminatórias Sul-Americanas, com o iminente acerto de Sergio Batista com a Bolívia, serão simplesmente oito argentinos nas dez seleções. Só Brasil e Uruguai não contariam com treinadores nascidos no país vizinho.
A coluna lista agora oito treinadores argentinos livres no mercado que valem uma análise mais detalhada dos clubes nacionais. Confira.
Loco Bielsa
O louco mais folclórico do futebol mundial dispensa apresentações. Mestre de duas gerações de treinadores, está sem trabalhar desde a saída do Leeds United, da Inglaterra, em fevereiro. Seu salário era astronômico, de 9,5 milhões de euros anuais (R$ 49,46 milhões), mas Bielsa hoje quer novas aventuras, não novos milhões.
Está com 66 anos e só faria sentido contratá-lo para um projeto gigante, pois sua presença colocaria o Brasileirão e a Libertadores em outra esfera perante o mundo. Santos e São Paulo já flertaram com ele no passado.
Depois de brilhar por Argentina, México, Chile, Espanha, França e Inglaterra, Bielsa busca novos mercados para espalhar seu legado. Que ninguém o espere sendo chamado às pressas ou assumindo um clube na metade da temporada, mas sim para um trabalho minucioso e cheio de boas histórias. A hora é agora.
Gabriel Heinze
Seu apelido é "Gringo", não "Louco", mas quem trabalhou com ele o considera obsessivo e cheio de excentricidades. É, porém, alinhado com o que há de mais moderno no futebol. Está com 44 anos e fez um trabalho badalado no Vélez Sarsfield entre 2018 e 2020.
A fama de durão o trouxe muitos problemas no último clube, no Atlanta United, da MLS, no ano passado, quando deixou a equipe em meio às farpas dos jogadores sobre seu rigor excessivo.
"Vai ser o novo Carlos Bianchi. Sabe tudo, só precisa aprender a ser um pouco menos louco", definiu o amigo Carlos Tevez.
Juan Antonio Pizzi
Foi campeão da Copa América Centenário em 2016 com a seleção do Chile, em cima da Argentina de Messi, Di María, Higuaín e Agüero. Tem 54 anos e preza por times defensivos. Esteve também na última Copa do Mundo como técnico da Arábia Saudita.
Seu último trabalho foi no Racing, caindo logo depois da eliminação para o São Paulo na Libertadores do ano passado.
É experiente e persuasivo. Teve trabalhos interessantes também no San Lorenzo, no Rosario Central, na liga mexicana e até no Valencia.
Miguel Ángel Russo
Ganhador da última Libertadores do Boca Juniors, em 2007. Era o técnico do Boca até agosto do ano passado, quando saiu para dar lugar a Sebastián Battaglia.
Maduro, sereno e querido pelo grupo, seus times são equilibrados e capazes de eliminar até o River Plate de Marcelo Gallardo em mata-matas na Argentina.
Está com 66 anos e é uma das vozes mais autorizadas do futebol nacional, tanto que esteve perto da seleção em duas ocasiões.
O time que preferir recorrer a jogadores das divisões de base deve buscar outra opção — sua preferência histórica é por jogadores de renome.
Hector Cúper
Acaba de ser liberado pela seleção do Congo. Os mais antigos sabem bem que ele era o técnico da Inter de Milão que teve desavenças com Ronaldo na virada do milênio. Sua carreira foi sólida antes e depois disso. Um exemplo? Levar o fraco Egito à última Copa do Mundo, em 2018.
Está com 66 anos e é outro que só viria ao Brasil em meio a um grande projeto.
Lida bem com promessas, mas prefere comandar medalhões. A antiga incapacidade de se relacionar com os atletas, dizem, ficou no passado.
Mauricio Pellegrino
Era técnico do Vélez Sarsfield até março. Fez trabalhos interessantes também no Valencia, no Independiente e no Estudiantes.
Tem 50 anos, arma times equilibrados e costuma aproveitar bem as categorias de base.
"Com ele tenho uma excelente relação, daquelas que um sabe o que outro quer apenas de olhar. Entende do jogo e das pessoas, é um técnico de altíssimo nível, que soma demais ao jogador", definiu o centroavante Lucas Pratto, que trabalhou com ele no começo deste ano.
Martín Demichelis
Representante da nova safra argentina que emerge em caminho incomum. Está empregado, mas quer voar. É o técnico do time B do Bayern (onde é respeitadíssimo depois de oito temporadas como zagueiro). Suas entrevistas para as TVs argentinas são riquíssimas, para se ouvir muitas vezes.
Está com 41 anos. Já há certa pressão em Buenos Aires para ele ser o substituto de Marcelo Gallardo no River a partir do ano que vem.
É fanático por tecnologia e está alinhado, claro, com o que há de mais moderno no futebol europeu. Adora trabalhar com jovens e ainda precisa comprovar sua capacidade perante os medalhões.
Esteban Cambiasso
Outro novato que pede espaço. Era o assistente de ninguém menos que José Pékerman na seleção da Colômbia.
Também tem 41 anos. Quem o conhece de perto o define como "aplicado, amigável e criativo". Foi dos melhores volantes da sua geração justamente pela visão de jogo privilegiada.
"Vejo nele muitas coisas minhas em sua idade. Adoro Esteban, sua força de vontade é contagiante, trabalhar com ele é um troca muito nutritiva para nós", definiu Pékerman antes da última Copa do Mundo.
Empregados, porém acessíveis
Do futebol argentino atual, com multas rescisórias que "caberiam no bolso" dos clubes brasileiros, vale destacar o explosivo Sebastián Beccacece, que deu sua palavra para terminar o ano com o Defensa y Justicia, mas cuja parceria já dá sinais de desgaste.
Jorge Almirón, vice-campeão da Libertadores de 2017 com o Lanús, voltou ao time grená e também demonstra condições de dar outros saltos.
Gabriel Milito, hoje com o Argentinos Juniors, teve um cartaz semelhante ao de Hernán Crespo na Argentina, mas ainda não saiu do cenário nacional, exceto uma apagada passagem pelo Chile há cinco anos. Arma times aplicados, que complicam os grandes.
Por fim, a dupla de Avellaneda.
Fernando Gago, no Racing, começou muito bem, mas sofreu recentemente duas eliminações dolorosas, na Copa Sul-Americana e na Copa Argentina. Renovou seu contrato há duas semanas, mas uma proposta pesada certamente seria discutida.
Eduardo Domínguez, no Independiente, é o típico técnico que merecia um elenco melhor. Sóbrio e muito inteligente, é dos mais capazes da Argentina para conduzir um grupo.
O Brasil deve esquecer Marcelo Gallardo pelos próximos anos. A lenda do River Plate já tem seus próximos passos bem definidos depois de sair de Núñez: tirar um período sabático e então seguir carreira na Europa.
(Ricardo Zielinski, do Estudiantes, tem méritos de sobra para integrar a lista, mas não cogita sair da Argentina, onde desempenha sua carreira de técnico há 26 anos. Que personagem!)
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