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Aberto a propostas, Ricardo Gareca merece revanche no Brasil
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O argentino Ricardo Gareca é nome forte no mercado de técnicos. O treinador da seleção peruana esteve muito perto de repetir a classificação para a Copa do Mundo, e agora vai encerrar seu ciclo de sete anos à frente da equipe inca.
"Vou decidir o que fazer quando chegar a Lima", despistou ontem.
A coluna apurou que ele já está aberto a propostas — e o que Gareca propõe para si é voltar a trabalhar na Argentina, de preferência em um dos dois gigantes do país. O Boca Juniors já o segue de perto.
Ele esteve no radar xeneize no ano passado para substituir Miguel Ángel Russo, mas o clube decidiu promover Sebastián Battaglia.
Caso Gareca decida por um período de descanso, a chance de treinar o Boca é considerável. Ele seria o substituto automático de Battaglia.
Outro grande do país que já o sonda é o Independiente. Gareca treinou o clube em 1997 e tem boa relação com os dirigentes da equipe de Avellaneda.
Técnico do "Rojo" desde o começo do ano, Eduardo Domínguez ainda não emplacou e já disse que deve deixar a equipe caso não receba reforços.
O salário da comissão técnica de Gareca é de US$ 3,75 milhões por ano (R$ 19,18 milhões), valor considerado acessível para Boca e River (e não para o Independiente).
O River, que quase o contratou para o lugar de Ramón Díaz em 2014, certamente teria interesse em seu trabalho agora para substituir Marcelo Gallardo, que deixará o clube em novembro.
Revanche no Brasil
A saída de Gareca da seleção do Peru o coloca como um potencial treinador no futebol brasileiro, na opinião da coluna. E vamos além: ele merece sim uma revanche.
Gareca dirigiu o Palmeiras em 2014 com aproveitamento de 33%, sendo sacado da equipe porque a direção alegava "resultados insustentáveis" depois de seus 13 jogos (4 vitórias, 1 empate e 8 derrotas).
O Palmeiras conquistou só quatro dos 27 pontos que disputou com ele naquele Brasileiro em que o clube se salvou da Série B apenas na última rodada.
No ano passado, contamos esta história aqui na coluna.
Hoje com 64 anos (tinha 56 nos tempos de Brasil), Gareca enfrentou um turbilhão pessoal que mexeu com sua cabeça no Palmeiras. Ele reconheceu uma filha fora do casamento, e ela já estava então com 30 anos.
"É a primeira vez que conto, esta é uma história muito particular", disse à rádio argentina Urbana Play. "Era um momento bárbaro, e do nada aparece uma filha, a Fiorella, e isso cai como uma bomba na vida de qualquer um, imagine."
"Começou nas redes sociais. Ela conversou com meu filho mais velho, o Milton, e chegaram à conclusão de que eu provavelmente era também o seu pai. E acabou sendo. Não tinha conhecimento nenhum. Passou toda uma vida, eu já era avô."
Gareca elogiou sua esposa, Gladys, que o apoiou no momento que ele definiu como "assombroso".
"Foi muito complicado, mas tive a compreensão da minha mulher, a quem estarei eternamente agradecido. Eu estava trabalhando no Vélez e achei melhor sair do país. Foi aí que estive no Palmeiras. Fui mal, mas era porque não estava bem para tomar decisões", seguiu Gareca, que deixou o Palmeiras em setembro de 2014 e acertou com o Peru em março de 2015.
"Foi uma história forte, mas hoje em dia somos família. Ela está totalmente incorporada, integrada. Contei com o apoio da minha família, da minha esposa e dos meus filhos. Tudo aconteceu antes de eu me casar, quando jogava no Boca [foi atacante do clube de 1978 a 1979 e de 1981 a 1984]. Não quero fazer uma novela disso, não vou tocar no assunto com mais ninguém. Eu me dedico ao futebol, não falo da minha vida privada."
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