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Benedetto contrariou técnico e pediu para bater quinto pênalti do Boca
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A eliminação para o Corinthians castigou forte o atacante Darío "Pipa" Benedetto. No seu jogo número 100 pelo Boca Juniors, ele saiu da Bombonera sem nada e com o peso de ser o vilão da derrota.
Além dos erros no tempo normal (uma chance mano a mano e uma cobrança de pênalti), sua sequência de más escolhas incluiu um pedido junto à comissão técnica. Antes da decisão por pênaltis, ficou definido que ele cobraria o terceiro da série contra o Corinthians. Assim determinava a lista elaborada pelo técnico Sebastián Battaglia e Juan Krupoviesa, seu auxiliar.
Benedetto cobraria o terceiro, e Villa, o quinto. Por um pedido do centroavante, houve a inversão, com Villa assumindo a terceira cobrança, e Benedetto, depois do seu pedido, ficando com aquele que poderia fechar a série.
No fim, Villa e Benedetto erraram. Caso acertasse, o centroavante definiria a classificação do Boca, mas chutou "mais alto que o dólar na Argentina", como ironizaram as rádios.
O técnico Battaglia foi duramente criticado em Buenos Aires por permitir a troca depois do erro do camisa 9 no tempo normal.
Na entrevista coletiva depois da partida, ele argumentou dizendo que acreditou na confiança transmitida por Benedetto, que foi convincente ao pedir para mudar.
Nas análises posteriores à derrota em Buenos Aires, foi resgatada a semifinal da Libertadores de 2004 entre River x Boca. Técnico xeneize de então, Carlos Bianchi aceitou o pedido de dois juvenis (Álvarez e Ledema) para cobrar as penalidades, e ambos acertaram e classificaram o Boca.
Desta vez, o medalhão Benedetto, o jogador mais badalado e caro do elenco, quis fazer o mesmo e falhou.
A cara (folgada) da derrota
Benedetto é chamado na Argentina de "Pipa" pelo formato do nariz, lembrando um cachimbo. É a deixa para muitos dos seus detratores afirmarem que ele é "infumable", o famoso "intragável".
Aos 32 anos, com passagens por seleção argentina e Europa, ele é um dos jogadores mais rejeitados do país.
No mês passado, ele foi afastado do Boca por faltar a um treinamento e ser flagrado em uma boate. Sua importância em campo ficou em segundo plano perante a necessidade de dar exemplo aos mais jovens.
Em fevereiro, o Boca punira os meio-campistas Agustín Almendra (22 anos) e Alan Varela (20) por indisciplina. Enquanto Almendra treina com as divisões de base até agora, Varela voltou à equipe e é um dos destaques da nova safra xeneize.
Depois de o técnico Battaglia anunciar a punição a ambos, Benedetto deu uma áspera entrevista detonando os dois jovens, o que causou um verdadeiro espanto pela maneira rude e soberba de se referir publicamente a dois jovens colegas de time.
Na ocasião, o atacante proferiu uma frase que "caiu na sua testa" quando foi afastado: "O Boca é muito grande para ficar de bagunça por aí".
A torcida do River, claro, celebra os erros de Benedetto contra o Corinthians com um sabor especial.
Ninguém esquece a sua língua de fora para debochar do lateral Montiel depois do gol que abriu o placar da decisão da Libertadores de 2018, em Madri. O Boca saiu na frente com um golaço seu, mas levou a virada do River.
Benedetto, como ontem, saiu de campo chorando. Desde então, carrega o apelido pejorativo de "Memedetto" pela enxurrada de memes da sua malsucedida provocação.
Esteve no radar do Corinthians
O desfecho de ontem tem mais um "quê" de ironia, pois Benedetto foi sondado para ser reforço do Corinthians no ano passado.
O argentino estava no nanico Elche, da Espanha, e despertou interesse de São Paulo e Corinthians, que buscavam um camisa 9 bem ao seu estilo.
O centroavante, porém, optou por voltar ao Boca, que pagou cerca de 5,5 milhões de euros (R$ 30,31 milhões) ao Olympique de Marselha (que havia desembolsado 16 milhões de euros por ele em agosto de 2019).
A volta de Benedetto ao Boca foi marcada pelas juras passionais que costumam ser a tônica das apresentações dos jogadores de expressão no futebol argentino. Darío disse que "decidiu com o coração", que o "Boca era o clube que ele amava, e que prometeu voltar e que lá estava", entre outros elogios aos torcedores, ao Boca e a Juan Román Riquelme, hoje comandante do futebol xeneize.
O atacante dizia abertamente que não fugiria da responsabilidade de conduzir o Boca ao seu sétimo título Libertadores e buscar vingança pela derrota na final de 2018 para o River.
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