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'Copeiros', Vélez e Estudiantes ameaçam final brasileira desde já
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River Plate e Boca Juniors já estão fora, é verdade, mas ninguém deve olhar para os três argentinos restantes na Libertadores como presas fáceis.
Especialmente o Estudiantes, que viveu ontem (7) uma noite especial.
A vitória convincente por 3 a 0 sobre o Fortaleza em La Plata refletiu um time forte na técnica e na entrega, despertando na Argentina as lembranças do time campeão da Libertadores em 2009 —em cima de um brasileiro (o Cruzeiro), fora de casa e de virada, e com o mesmo clima de zebra que carrega hoje.
É o famoso time "aplomado", como dizem os argentinos, se referindo aos elencos que mesclam experiência e juventude. Há medalhões (o goleiro Andújar e o centroavante Boselli), jogadores escancaradamente ríspidos, como os zagueiros Rogel e Lollo, e "locomotivas" como o atacante Leandro "Loco" Díaz e o meio-campista uruguaio Manuel Castro, autor de dois gols.
Há também jovens de talento e personalidade, como o ótimo Zapiola, de 21 anos, que decretou o 3 a 0.
Na ausência dos gigantes portenhos, este Estudiantes é sim o melhor time da Argentina na competição.
Até pelo seu técnico, Ricardo "Russo" Zielinski, que entende como poucos a mística do tetracampeão Estudiantes e leva a campo a garra que a torcida tanto valoriza.
Zielinski é um personagem por si só: extremamente discreto e competente (características de Alejandro Sabella, lenda na função), fará um confronto dos mais interessantes contra o Athletico de Felipão.
Ambos são técnicos da "velha guarda". Zielinski tem 62 anos; Scolari, 73.
O fator casa também não pode ser ignorado, pois o Estudiantes decide a vaga contra o Furacão e o Atlético-MG em La Plata (decidiria fora contra o Palmeiras, é verdade)
Mais 'pau e pedra'
Nesta análise dos argentinos que seguem na Libertadores, impossível não valorizar também a garra do Vélez Sarsfield do técnico uruguaio "Cacique" Medina, dispensado pelo Inter e brilhante na Argentina.
Fala-se muito dos oito anos de Marcelo Gallardo à frente do River. E o Cacique, com apenas um mês de Vélez, conseguiu eliminar o badalado rival em pleno Núñez.
É outro time no melhor estilo franco-atirador que mescla experiência e juventude e vai a campo com "pau e pedra" (metáfora argentina para definir o time "disposto a tudo").
Os medalhões como Pratto, Bou e Godín têm a companhia de uma nova safra ótima, com destaque aos volantes Perrone e Garayalde. Máximo Perrone é um craque, quem lê a coluna sabe desde fevereiro. Já foi escalado como capitão aos 19 anos e tem um futuro tão promissor quanto Fernando Redondo, seu ídolo na posição. Não é exagero.
O Talleres é a grande surpresa. O time do técnico português Pedro Caixinha leva a campo a mesma energia do Vélez —divide cada bola como se fosse a última, e não reluta em desferir pontapés que abalam qualquer adversário.
Há, porém, uma considerável diferença técnica na comparação com Vélez e Estudiantes.
Enquanto os dois "copeiros" argentinos aliam sua tradição a jogadores interessantes, o Talleres tem como ponto alto o espírito de equipe e o talento dos atacantes Girotti e Valoyes, jovens com fome de bola e de vida.
É pouco para bater o Vélez, mas convém respeitar. E respeito é algo que os times brasileiros não podem negociar.
Têm os melhores times e são favoritos, é verdade, ganharam oito dos últimos nove mata-matas contra os argentinos na Libertadores.
As duas últimas finais foram 100% brasileiras, e os últimos três campeões vieram do país (Flamengo em 2019 e Palmeiras nas edições 2020 e 2021).
Mas vão precisar suar. Só ter mais talento não vai bastar.
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