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7 jogadores em um só mês: como entender a nova invasão argentina no Brasil
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Julho terminou ontem (31) com um número expressivo no mercado de passes. Nada menos que sete jogadores trocaram o futebol argentino pelo brasileiro, uma média de quase dois por semana.
Apesar do êxodo, é difícil estabelecer outra referência que não o país de partida e de chegada.
A "janela" contou com transações de características quase opostas entre si, como leva a crer realidades tão diferentes em um campeonato de 20 times (o Brasileirão) ou 28 (o atual Argentino).
Foram vistos desde altos investimentos por jovens, como o do São Paulo por Giuliano Galoppo (R$ 32 milhões), de 23 anos, até transferências mais pontuais e menos badaladas como as de Braian Romero, do River para o Inter (por R$ 5,2 milhões), de 31 anos, e do zagueiro Emanuel Brítez, de 30, do Defensa y Justicia para o Fortaleza.
Quem são
O Palmeiras contratou os atacantes José Manuel López e Miguel Merentiel (que é uruguaio, mas atuava na Argentina desde 2019). O Corinthians trouxe o volante Fausto Vera (do Argentinos Juniors), enquanto o Atlético-MG enfim colocou em campo o atacante Cristian Pavón (ex-Boca Juniors).
Houve também as já mencionadas chegadas de Romero (Inter), Brítez e Galoppo. Todos já estrearam.
A lista pode aumentar a qualquer momento, e sem nenhuma cartilha no estilo "buscamos jovens promissores que rendam bom valor na futura revenda".
O Santos está atrás do lateral-direito Lucas Blondel (do Tigre), de 25 anos, do meia Juanfer Quintero, de 29, e Franco Cristaldo, do Huracán, de 25.
O Botafogo há semanas negocia com o Godoy Cruz pelo meio-campista Martín Ojeda. E o Flamengo já deixou claro seu interesse no goleiro Agustín Rossi, de 26 anos, em dificuldade para renovar seu contrato com o Boca (levou três ontem do nanico Patronato jogando fora de casa pelo Campeonato Argentino).
E se de argentinos se trata, pelo lado do São Paulo, há o forte interesse pelo atacante Nahuel Bustos, de 24 anos, ex-Talleres, que compõe elenco no Manchester City.
As razões
O Brasileirão vem absorvendo estrangeiros cada vez mais desde 2013, quando a CBF estabeleceu o limite de cinco jogadores nascidos no exterior (antes era três).
Há a combinação custo/benefício que se reflete também na ampliação dos setores de busca e análise dos clubes, que mantêm um monitoramento constante nas ligas sul-americanas. Apesar da crise financeira atual, a Argentina ainda organiza um campeonato nacional competitivo o suficiente para revelar bons atletas.
Ouvidos pela coluna, dirigentes brasileiros repetem o termo "crescimento técnico" ao definir a contratação de jogadores argentinos.
Tal crescimento serve também para tapar o buraco deixado pelos atletas brasileiros que deixam os clubes do país ainda na adolescência. A qualidade técnica é suprida com os argentinos que chegam à Série A em outro momento da carreira, olhando para um novo nível de salários e em eventuais transações.
Negócios e reposições
"Tivemos várias idas e vindas, e muitas negociações frustradas. O Corinthians cumpriu os requisitos e fez por merecer uma das nossas principais promessas", contou à coluna o presidente do Argentinos Juniors, Cristian Malaspina.
O Alvinegro pagou ao clube argentino cerca de R$ 33 milhões por 70% dos direitos do jogador. "É uma baixa de peso para o nosso elenco, mas com este valor em mãos temos condições de fazer novas contratações", finalizou.
Até as criptomoedas vêm sendo usadas, como na transferência do São Paulo com o Banfield por Galoppo.
"Fizemos um esforço e tivemos boa vontade das duas partes, cumprindo 100% com as normas de câmbio", comentou à coluna Eduardo Spinosa, presidente da equipe argentina.
"Debitamos e o dinheiro entrou na conta do clube, em pesos. Uma opção blindada, legal e eficaz."
Com tal êxodo, os argentinos hoje formam a maior legião estrangeira do Brasileirão, com 23 atletas, contra 16 uruguaios.
A lista de argentinos em atividade no Brasileirão:
- Matías Zaracho (Atlético-MG)
- José Manuel López (Palmeiras)
- Giuliano Galoppo (São Paulo)
- Fausto Vera (Corinthians)
- Fabricio Bustos (Inter)
- Nácho Fernandez (Atlético-MG)
- Cristian Pavón (Atlético-MG)
- Jonathan Calleri (São Paulo)
- Braian Romero (Inter)
- Renzo Saravia (Botafogo)
- Martín Benítez (América-MG)
- Silvio Romero (Fortaleza)
- Germán Conti (América-MG)
- Victor Cuesta (Botafogo)
- Germán Cano (Fluminense)
- Tomás Cuello (Athletico)
- Emanuel Brítez (Fortaleza)
- Kevin Lomónaco (Bragantino)
- Valentin Depietri (Fortaleza)
- Diego Churín (Atlético-GO)
- Gabriel Mercado (Inter)
- Adrián Martínez (Coritiba)
- Joel Carli (Botafogo)
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