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Ex-zagueiro do Vélez: 'Por soco em Edmundo, me dão descontos até no Brasil'
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Flavio Zandoná reapareceu. Depois de sete anos longe de qualquer jogo de futebol, o zagueiro do Vélez Sarsfield campeão do mundo e da Libertadores esteve no estádio José Amalfitani, na última quarta-feira (31), vendo sua equipe levar um verdadeiro baile do Flamengo.
A goleada por 4 a 0 do Rubro-Negro foi até modesta diante da superioridade do time que volta a encarar o Vélez amanhã (7), no Maracanã, a partir das 21h30 (de Brasília), na segunda semifinal.
Zandoná, para quem ainda não associou a pessoa ao ato (ou melhor, ao soco), foi o argentino que agrediu Edmundo no famoso Flamengo x Vélez da Supercopa da Libertadores de 1995.
Em camarote do estádio portenho na semana passada com dois amigos das antigas, o ex-volante Pepe Basualdo e o ex-meio-campista Marcelo Gómez, Zandoná, que está com 55 anos, relembrou o soco em Edmundo em áudio enviado à coluna.
"Eu dei com tudo, mesmo. Não me arrependo, não mudei nada do que penso e já disse", afirmou o "Chinês", como é seu apelido em espanhol ("Chino"), pelos olhos levemente puxados.
O ex-zagueiro confirmou também algo que foi revelado por Basualdo e Gómez. Ao voltar ao hotel em Uberlândia, depois da briga com o Flamengo, vários torcedores brasileiros foram ao local para parabenizar Zandoná pela agressão, segundo os seus dois amigos, surpresos com a rejeição de Edmundo perante os próprios compatriotas.
"Mas não conversei com ninguém, cheguei e me tranquei no quarto", confirmou Zandoná. "Não queria papo, mas soube sim que foram até lá e queriam me dar os parabéns."
O argentino continuou dizendo que pelo soco em Edmundo ganha presentes e descontos na Argentina —e até no Brasil, incluindo também a sua família. "Minha mulher e minha sobrinha estavam em um hotel de Florianópolis, e quando o dono percebeu o sobrenome, perguntou se eram meus parentes. Responderam que sim, e ganharam 15% de desconto porque o dono não gostava do Edmundo. Na Argentina, eu até entendo quem queira me dar alguma coisa, mas no Brasil, realmente, é uma surpresa", contou, aos risos.
Ao canal de TV TyC Sports, Gómez, ex-meio campista do Vélez, relembrou os momentos anteriores à agressão de Zandoná.
"O Edmundo começou a dançar com a bola e eu disse 'Chino, olha o que ele está fazendo, não deixe ele tirar sarro'", comentou. Zandoná usou palavras mais fortes: "Com todas as letras, ele me disse: Chino, mate este filho da puta, está tirando sarro". Gómez riu e completou: "Ninguém lembra como ele jogava, só lembram mesmo da porrada". "Sou famoso graças a isso", finalizou Zandoná.
'Não me arrependo'
Ouvimos Flavio Zandoná em 2016 para saber da versão daquela briga. E o argentino que jogava como zagueiro e lateral não mediu as palavras.
''Nesta altura da vida, é claro que olho para trás e não tenho arrependimentos. Carregar arrependimentos é uma forma muito triste de se viver. Não me orgulho e nem me arrependo deste episódio. 'Eu me senti provocado. E qualquer um que provoca precisa saber que isso vai gerar consequências", falou, sobre Edmundo.
''Em uma jogada normal, sem importância, o Edmundo recebeu a bola e começou a rebolar e provocar todo mundo. Eu que estava mais perto, principalmente'', seguiu, relembrando que os dois trocaram tapas antes do famoso nocaute.
"Estava 3 a 0. Não há paciência que banque um adversário ficar do seu lado rebolando, falando coisas e te dando tapa. Ali, quis fazer justiça lhe dando um soco bem forte. Estávamos em mau momento e saindo da Copa. O episódio significou uma catarse para todo o time. Se houvesse outra situação assim, faria de novo.''
Como resposta ao soco, Zandoná levou uma voadora de Romário. Esta e outras histórias daquele Flamengo x Vélez foram contadas nesta matéria do UOL Esporte.
* Colaborou Gastón Charco, de Buenos Aires
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