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O que os clubes do Brasil fazem para facilitar a adaptação dos estrangeiros
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Arturo Vidal no Flamengo, Giuliano Galoppo no São Paulo. A semana que passou teve participação marcante dos estrangeiros que hoje atuam no Brasil.
De acordo com a base de dado "Transfermarkt", o número de atletas que vieram de outros países e atuam hoje no Campeonato Brasileiro é de 95, marca que já supera bem a do ano passado, que foi 84.
Cada vez mais abertos a este efetivo, os clubes vêm se especializando no suporte a tais profissionais, até para que eles rendam e façam a transferência se justificar. O número atual, por exemplo, é bem superior ao da primeira edição de pontos corridos, em 2003, quando havia apenas 14.
Júnior Chávare, profissional com larga experiência no futebol e que trabalhou no Atlético-MG, São Paulo e Grêmio, explicou à coluna como um dirigente pode colaborar na adaptação desses atletas para que tenham sucesso no país.
"É preciso dar todo o suporte necessário desde a sua chegada. Não só nas questões administrativas, burocráticas e legais, mas também na adaptação da logística e moradia. Se o jogador chega com a família, por exemplo, há toda uma atenção sobre isso. Se é a primeira vez que está chegando ao país, isso vai requerer, independentemente do nome e tamanho de quem chega, uma atenção mais especial ainda, para que ele consiga desempenhar em alto nível", contou.
Quase uma década
Até 2013, só era permitido três atletas gringos para serem relacionados para as partidas. No entanto, junto ao presidente Fábio Koff, o então executivo do Grêmio, Rui Costa, que atualmente está no São Paulo, protocolou um pedido para que a Confederação Brasileira de Futebol ampliasse o limite de até cinco jogadores.
"Na época que enviamos o pedido para a CBF, o Brasil era o país que tinha menos jogadores estrangeiros na América do Sul. Hoje, a realidade é diferente e vemos que esses atletas têm conquistado cada vez mais espaço por aqui. A mudança no regulamento, atrelada às questões econômicas mas também aos ganhos técnicos, estimularam um olhar ainda mais apurado dos clubes para o mercado exterior", acrescentou Rui à coluna.
Além dos dirigentes, os próprios jogadores brasileiros são importantes para receber e ajudar, no dia a dia, na adaptação desses atletas que chegam de fora. Na opinião do lateral Rômulo, do Cruzeiro, que atuou por dez temporadas no futebol italiano, toda mudança requer um período para se adaptar e isso se aplica a qualquer pessoa, em qualquer área de atuação.
"Falando especificamente do futebol, quando se muda de país, alguns aspectos podem afetar diretamente o atleta, como idioma, alimentação, estilo de jogo e até mesmo a distância da família. Nesse sentido, sempre que chega algum jogador do exterior, temos que fazê-lo se sentir em casa, auxiliá-lo no que for preciso, para que ele tenha plenas condições de render bem e nos ajudar dentro de campo", afirmou Rômulo.
Nas principais equipes do futebol brasileiro, também há uma presença significativa de gringos na categoria juvenil. No Internacional, por exemplo, o executivo argentino Gustavo Grossi foi contratado para o cargo de diretor-executivo da base com a missão de reestruturar o departamento de formação do clube e potencializar a captação de atletas estrangeiros.
Ele ocupou essa posição durante cinco anos no River Plate, obteve resultados de sucesso e é visto como uma referência no desenvolvimento de talentos na América do Sul.
"Para dar certo, primeiro, é determinante que esses jogadores tenham um mês de adaptação desportiva, cultural e social, e também comecem imediatamente com uma professora de português", falou Grossi.
"Se eles puderem compreender o idioma rapidamente, podem ter um desempenho muito melhor a curto prazo, porque, no Brasil, exigem de quem vem de fora traga uma solução. Para mim, se um estrangeiro vem, tem que vir para jogar, nas categorias de base, não pode vir apenas para compor elenco, porque não tem tempo ou paciência para isso aqui no Brasil."
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