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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Boca x River volta a ter público hoje na Bombonera depois de três anos

Bombonera lotada para um Boca x River - Divulgação Conmebol
Bombonera lotada para um Boca x River Imagem: Divulgação Conmebol

Colunista do UOL

11/09/2022 04h00

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Ainda "recalculando a rota" do que fazer para voltar a competir com os brasileiros, o futebol argentino terá hoje (11) a sua tarde de gala com a realização do Boca Juniors x River Plate na superlotada Bombonera, às 17h (de Brasília), pela 18ª rodada do Campeonato Argentino.

Este será o primeiro superclássico argentino com público na Bombonera desde outubro de 2019, quando o River se classificou para a decisão da Libertadores que perderia para o Flamengo.

Todos os 49.200 ingressos para o jogo de hoje se esgotaram em poucas horas —e isso porque o Boca estabeleceu um "filtro de fidelidade" para os sócios que tentaram sua entrada para a partida desta tarde. Apenas quem foi a pelo menos seis jogos neste Campeonato Argentino podia adquirir seu ingresso.

O superclássico não foi disputado em 2020, e em 2021 o tradicional embate na Bombonera acabou sendo realizado sempre com portões fechados devido à pandemia de covid-19.

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Disputa de bola no River x Boca de ontem no Monumental de Núñez
Imagem: Divulgação CARP

Equilíbrio

Chama muita atenção no confronto de hoje a paridade da campanha de ambos os times no Campeonato Argentino.

Tanto River quanto Boca têm 29 pontos, aparecendo em sexto e sétimo na classificação (o River leva vantagem por ter 13 gols de saldo contra apenas 1 do Boca).

O atual Campeonato Argentino é um dos mais equilibrados dos últimos anos, com o Atlético de Tucumán, com 33 pontos, aparecendo na liderança na abertura da rodada. Vêm depois Gimnasia y Esgrima, Huracán, Godoy Cruz e Argentinos Juniors, e só então os dois gigantes portenhos.

O Boca não terá a presença do atacante colombiano Sebastián Villa, que operou o joelho direito e tem volta estipulada para daqui a dois meses. O River colocou em risco a participação do goleiro Armani e do atacante Solari, lesionados, mas ambos treinaram bem e demonstraram condição de jogo para um embate na Argentina como um verdadeiro mata-mata para decidir qual dos dois clubes terá condições de seguir na briga pelo título.

Vale lembrar que o Boca ganhou a Copa da Liga Profissional, em maio, e o River faturou a última edição do Campeonato Argentino, em novembro do ano passado.

São os dois elencos mais caros do país, e ambos tentam voltar a ter protagonismo internacional depois das recentes quedas perante os brasileiros nesta (caso do Boca) e nas anteriores Libertadores (como o River).

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Jogadores de Boca Juniors e River Plate enfileirados na Bombonera
Imagem: Amilcar Orfali/Getty Images

E no Brasil?

O superclássico será mostrado ao vivo no Star +, que escalou Luiz Carlos Largo, Lucho Silveira e Leonardo Gaciba para a transmissão.

A coluna bateu um papo com Largo, "a voz do futebol argentino no Brasil". Ele está empolgado para a volta do Boca x River com a Bombonera lotada: "O Boca se transforma quando é empurrado pelo seu torcedor", diz.

"É um time que se agiganta na Bombonera, mesmo sendo inferior em termos de qualidade de jogadores. E o clima da torcida numa transmissão é algo contagiante. Um jogo no estádio do Boca é diferente."

E a volta do equilíbrio entre argentinos e brasileiros, Largo, é viável?

"Acho que a Argentina está um pouco longe desse equilíbrio com o futebol brasileiro", responde ele.

"Os clubes argentinos têm passado por dificuldades na parte financeira, acompanhando a crise do país, e isso impede a contratação de jogadores estrangeiros."

"Com esse problema, os clubes argentinos são obrigados a buscar soluções dentro das categorias de base e muitas vezes são obrigados a usar jogadores sem a devida experiência o que acaba sendo um fator negativo."

Escalações

BOCA JUNIORS: Agustín Rossi; Luis Advíncula, Nicolás Figal, Marcos Rojo e Frank Fabra; Martín Payero, Pol Fernández, Alan Varela e Juan Ramírez; Luca Langoni e Darío Benedetto. TÉCNICO: Hugo Ibarra.

RIVER PLATE: Franco Armani; Andrés Herrera, Emanuel Mammana, Paulo Díaz e Milton Casco; Santiago Simón (Agustín Palavecino), Enzo Pérez, Rodrigo Aliendro e Nicolás De la Cruz; Pablo Solari (Esequiel Barco) e Lucas Beltrán. TÉCNICO: Marcelo Gallardo.