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Sobre os duelos entre Freddy Rincón e Fernando Redondo
![Freddy Rincón deixa a Argentina no chão pelas Eliminatórias em 1993 - Reprodução web](https://conteudo.imguol.com.br/c/esporte/6c/2022/04/12/freddy-rincon-deixa-a-argentina-no-chao-pelas-eliminatorias-em-1993-1649766488616_v2_900x506.jpg)
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Éramos felizes e sabíamos, como contamos hoje aqui no UOL Esporte.
Aquela foi uma época tão rica do futebol sul-americano que merece também uma outra lembrança, a do 5 a 0 da Colômbia sobre a Argentina, em pleno Monumental de Núñez, com ninguém menos que Diego Armando Maradona na arquibancada.
O jogo ocorreu em um domingo, 5 de setembro de 1993. A poucos minutos do apito inicial, o piloto de um Boeing MD-83 das Aerolíneas Argentinas teve uma "brilhante" ideia: a fim de entreter seus passageiros, desviou-se de sua rota e realizou um maluco rasante sobre o estádio do River Plate.
"O avião deu uma barrigada, depois acelerou os motores e voltou a subir", relatou um espectador.
"Todos ficamos boquiabertos. Imagino o cagaço de quem estava na tribuna San Martin Alta ao ver aquele avião vindo para cima. Passou muito perto."
Os 70.000 torcedores que já enchiam o Monumental escaparam por pouco de uma desastrosa colisão. A seleção não teve a mesma sorte.
Em uma vitória de proporções épicas, a Colômbia atropelou sem piedade uma débil e indefesa Argentina que surpreendeu com a pobreza de seu futebol mesmo com jogadores experientes e de vitoriosas carreiras como Goycochea, Ruggeri, Simeone, Redondo e Batistuta.
A picardia colombiana de Faustino Asprilla, a cadência de Carlos Valderrama, a potência de Rincón, o "olé" do público contra a própria equipe e as loucas vaias ao final do jogo seguem muito lembradas em Buenos Aires.
O primeiro gol foi exatamente de Rincón, aos 41 minutos do primeiro tempo. Asprilla (dois) e Valencia também anotaram os seus. Em uma atuação histórica, mesclando entrega, força, rapidez e enorme categoria, Rincón anotou mais um, aos 27 minutos do segundo tempo. Passou por cima de um volante igualmente famoso como o argentino Fernando Redondo, então a caminho do Real Madrid.
Patrimônio cultural
Mais do que uma goleada, o 5 a 0 virou uma humilhação nacional argentina.
A façanha colombiana, levada a cabo no palco da maior conquista esportiva da história argentina, sobreviveria e muito aos 90 minutos regulamentares.
"VERGONHA!", estampou a revista El Gráfico naquela que talvez tenha sido a capa mais famosa de sua quase centenária trajetória. Sobre um fundo preto, a indignada exclamação era seguida por algumas afirmações e interrogações.
Com Maradona em campo (estava na tribuna do Monumental na goleada colombiana), os argentinos arrancaram um empate na partida de ida da repescagem intercontinental contra os australianos, 1 a 1, em 31 de outubro, em Sydney.
Duas semanas depois, no duelo de Buenos Aires, o craque foi a referência de tranquilidade no jogo mais nervoso da seleção em décadas. O gol da classificação veio chorado, aos 15 minutos do segundo tempo, em um cruzamento de Batistuta que desviou no marcador, ganhou altura e fez uma parábola para encobrir o goleiro Zabica. A Argentina e Maradona estavam na Copa de 1994.
A Colômbia e Rincón também. Foram eliminados na primeira fase em um grupo com Suíça, Estados Unidos e Romênia. A Argentina, já sem Maradona, suspenso por doping, caiu nas oitavas justamente ante a Romênia.
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