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Tales Torraga

OPINIÃO

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Com Messi inspirado, é impossível não achar a Argentina favorita na Copa

Messi comemora gol da Argentina sobre Honduras em amistoso - Reprodução/Twitter
Messi comemora gol da Argentina sobre Honduras em amistoso Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

24/09/2022 08h01

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* O jogo de ontem foi um amistoso de verdade, mas a vitória por 3 a 0 sobre Honduras reforça o atual nível desta Argentina, que não perde há 34 jogos (desde a semifinal da Copa América de 2019, para o Brasil).

* É a maior sequência invicta da história da seleção argentina, e dificilmente ela será rompida até a estreia do Mundial. Restam apenas dois amistosos até lá, contra Jamaica, na próxima terça, e Emirados Árabes, só em novembro.

* Lionel Messi jogou muito bem. "Com esta inspiração, como a Argentina não vai ser favorita no Qatar?", perguntava o comentarista Toti Pasman ontem no encerramento da transmissão da Rádio La Red, a líder em esportes em Buenos Aires.

* Com os dois de ontem, o camisa 10 agora soma simplesmente 88 gols pela azul e branca, e pode até triplicar a quantidade de Maradona (34 gols).

* A reverência dos jogadores de Honduras ao final do jogo foi simbólica. Tal respeito se deve ver até mesmo no Qatar, na quinta e última Copa do Mundo do astro.

* A base desta Argentina é jovem, como ressaltou Messi depois da partida, e tal frescor vem a calhar. A geração anterior, inegavelmente talentosa, mas muito abalada depois de tantas derrotas em finais, se dissolveu e deu lugar a um grupo com as pernas frescas e a mente forte.

* Um grande exemplo disso foi a estreia do volante Enzo Fernández, ex-River Plate, hoje no Benfica. Ele demonstrou capacidade não apenas de integrar a seleção, mas de ser até mesmo de ser o titular numa eventualidade com Paredes ou De Paul. Quem lê a coluna desde março sabe que o técnico Lionel Scaloni morre de amores por ele, que tem só 21 anos.

* Sempre pediam "um time ao redor de Messi", e esta Argentina construiu uma surreal capacidade de levar a campo 15 ou 16 "titulares" sempre no mesmo nível. Trocam os nomes, mas não a qualidade, como ontem em Miami.

* O colega André Rocha sustenta que o atual Brasil se caracteriza pela maior reunião de talentos do país desde 2006. Esta Argentina, por sua vez, é a melhor pós-Maradona (ou seja, desde 1994).

* E os dois países juntos, quando chegaram a uma Copa tão em alta? Eu responderia 1990, com o Brasil então campeão da Copa América e a Argentina como campeã da Copa do Mundo de 1986.

* Faltam 57 dias para a abertura da Copa. Para a Argentina seria excelente que faltassem apenas cinco. O time está voando, e seu mestre vive uma rara inspiração. Merece sim ser vista como favorita para chegar às semifinais e completar os sete jogos do Mundial, mas falar de título é prematuro demais. Para a Argentina e qualquer outra. Passo a passo. Como no tango.