Topo

Tales Torraga

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

A invencibilidade argentina assusta? Analisamos a sequência em detalhes

Jogadores da Argentina comemoram gol de Álvarez em amistoso contra a Jamaica - Rich Graessle/Icon Sportswire via Getty Images
Jogadores da Argentina comemoram gol de Álvarez em amistoso contra a Jamaica Imagem: Rich Graessle/Icon Sportswire via Getty Images

Colunista do UOL

28/09/2022 08h23Atualizada em 28/09/2022 12h59

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Com dois gols de Lionel Messi, a Argentina venceu tranquila ontem (27) a seleção da Jamaica por 3 a 0 em Nova Jersey (Estados Unidos). A equipe comandada pelo técnico Lionel Scaloni está sem perder há 35 jogos. A última derrota azul e branca ocorreu no já distante 2 de julho de 2019, no Mineirão, com um 2 a 0 para o Brasil de Tite na semifinal daquela Copa América.

Depois da Argentina, o país que está há mais tempo sem perder é o Brasil. São 13 jogos, desde a derrota justamente para Messi e companhia na final da Copa América do ano passado, no Maracanã.

A coluna lista abaixo todos os jogos desta série invicta argentina e analisa o que de mais importante merece ser considerado desta sequência:

* São 24 vitórias e 11 empates nesses 35 jogos sem perder.

* O aproveitamento de pontos é de excelentes 79,04%.

* Menosprezar a série falando de amistosos sem importância não faz sentido. Dos 35 jogos, apenas 9 (23,07%) foram amistosos.

* Das 26 partidas oficiais (77% do total), 17 foram pelas Eliminatórias, 8 pela Copa América e 1 da finalíssima Uefa-Conmebol).

* Interessante: dos 35 jogos de invencibilidade, somente 13 (37,14%) foram contra seleções que estarão na Copa do Mundo do Qatar. Ganhou de México, Uruguai, Equador e Brasil, e empatou com Alemanha, é o resumo (lista completa abaixo).

* Foram 63 gols marcados e 15 sofridos, ótimo saldo de 48 gols a favor.

* A maior série invicta da Argentina era de 31 jogos, somando 18 vitórias e 13 empates. Começou em 19 de fevereiro de 1991 (2 a 0 na Hungria) e terminou em 8 de agosto de 1993 (1 a 2 contra a Colômbia em Barranquilla).

* A maior série invicta da história do futebol já está ao alcance da Argentina. Foi a da Itália, que somou 37 jogos sem perder entre setembro de 2018 e outubro de 2021, até cair ante a Espanha e ser eliminada na semifinal da Liga das Nações.

* Há mais um amistoso para engordar esta estatística. Será contra os Emirados Árabes, em 16 de novembro, em local e ser divulgado.

* Reflexo desta sequência mais que positiva, o técnico Lionel Scaloni renovou seu contrato. A extensão foi anunciada pela AFA nesta madrugada. Ele será mantido no cargo até o Mundial de 2026.

* A máxima "futebol é momento" vai se aplicar com particular crueldade à Argentina na Copa do Mundo. Uma única derrota, afinal, representaria a eliminação das oitavas de final em diante. O exemplo da Itália é preciso. Ela ficou fora da Copa do Mundo do Qatar (derrota por 1 a 0 para a Macedônia pelas Eliminatórias) apenas quatro jogos depois do término da sua sequência.

mes - Elsa/Getty Images - Elsa/Getty Images
Lionel Messi, da Argentina, em aquecimento antes de jogo contra a Jamaica
Imagem: Elsa/Getty Images

A invencibilidade da Argentina

A lista:

Copa América-2019 (1 jogo. 1 vitória): 2 a 1 Chile

Amistosos (9 jogos. 6 vitórias e 3 empates): 0 a 0 Chile, 4 a 0 México, 2 a 2 Alemanha, 6 a 1 Equador, 1 a 0 Brasil, 2 a 2 Uruguai (todos em 2019); 5 a 0 Estônia, 3 a 0 Honduras e 3 a 0 Jamaica (os três em 2022).

Copa América-2021 (7 jogos. 5 vitórias e 2 empates): 1 a 1 Chile, 1 a 0 Uruguai, 1 a 0 Paraguai, a 1 Bolívia, 3 a 0 Equador, 1 a 1 Colômbia (3 a 2 nos pênaltis), 1 a 0 Brasil.

Eliminatórias-2022 (17 jogos. 11 vitórias e 6 empates): 1 a 0 Equador, 2 a 1 Bolívia, 1 a 1 Paraguai, 2 a 0 Peru, 1 a 1 Chile, 2 a 2 Colômbia, 3 a 1 Venezuela, 3 a 0 Bolívia, 0 a 0 Paraguai, 3 a 0 Uruguai, 1 a 0 Peru, 1 a 0 Uruguai, 0 a 0 Brasil, 2 a 1 Chile, 1 a 0 Colômbia, 3 a 0 Venezuela e 1 a 1 Equador.

Finalíssima Uefa-Conmebol (1 jogo. 1 vitória): 3 a 0 Itália