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E não é que Carlitos Tevez está se saindo um bom técnico?
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Carlitos Tevez completou, no final de setembro, três meses como técnico do Rosario Central. E quem acompanha o futebol argentino não hesita em dizer: o período de experiência foi concluído com méritos.
Quando Tevez assumiu o Central, a equipe estava na 22ª colocação do Campeonato Argentino, posição que ocupa exatamente agora. Ou seja: o treinador novato igualou o desempenho dos antecessores mais experientes, e não o piorou. É o primeiro sinal de trabalho bem feito (para quem pretende enxergar além da pobre colocação geral).
O gigante do interior argentino tem um elenco dos mais modestos, e a preocupação da diretoria era não se complicar na luta contra o rebaixamento. Tal dificuldade não existe mais. O Central vem em 16º nos "promedios" (cálculo com as campanhas anteriores) e não corre risco de cair para a Série B.
Carlitos procura fazer o simples, vide o amado 4-1-4-1. A conduta pouco rebuscada vale para a sua relação tanto com dirigentes como atletas. "Eu, com 20 anos, lidava com o Macri e o Bianchi. Sério que vai me fazer de idiota desta maneira?", é a síntese das suas conversas em Rosário.
Tal "honestidade brutal" é muito apreciada pelos argentinos. "Um comandante justo e objetivo", é a síntese de quem lida — e opina — sobre o Carlitos treinador, de apenas e tão somente 38 anos.
Trocou três no 1º tempo
Tal forma de ser leva a situações inusitadas. Na rodada passada, por exemplo, Tevez fez três alterações ainda no primeiro tempo. E deu certo. O Central perdia para o Unión por 1 a 0 em casa, e alcançou o 1 a 1 no finalzinho.
Tevez venceu o clássico de Rosário, o jogo mais importante do ano na cidade, e fez bonito também contra Boca e Racing, os dois gigantes que brigam pelo título argentino.
Contra o Boca, em plena Bombonera, segurou o 0 a 0 e teve chances até de ganhar. Ante o Racing, no melhor jogo do Campeonato Argentino até aqui, vencia por 3 a 1 fora de casa até a metade do segundo tempo, quando a Academia de Fernando Gago buscou um histórico 4 a 3 já nos acréscimos.
Admirado pelos jogadores (o Central não tem dinheiro e aposta na base) e agora respeitado pelos torcedores, Tevez vai concluir o Campeonato Argentino no comando da equipe, o que poucos imaginavam no país. Faltam apenas cinco rodadas para o fim da competição. E há boa chance de o Central terminar bem à frente da atual 22ª posição. Há 13 times separados por apenas seis pontos.
O que não está garantida é a sua continuidade em Rosário, pelas eleições no clube na virada do ano. Dificuldade para encontrar um novo time? Nenhuma. Tevez é assessorado por Christian Bragarnik, o empresário mais influente da Argentina.
Algum clube do Brasil vai se animar a convidá-lo? Para o ano que vem, talvez muito cedo. Para 2024, com Tevez comprovando sua capacidade, sim. Faria por merecer. E seria interessante demais.
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