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Ex-jogador do Bayern larga na frente para assumir comando do River Plate
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Acostumada a dramas intensos, Buenos Aires viveu uma tarde de enorme angústia com o anúncio ontem (13) da saída de Marcelo Gallardo do comando do River Plate. Depois de oito temporadas, o treinador se despede em dezembro, quando encerra seu contrato.
Pelo que a coluna apurou, não há nenhuma pressa da diretoria do River em encontrar um substituto para Gallardo. O objetivo em Núñez nas próximas semanas é fazer uma despedida digna daquele que é muito mais que um treinador de futebol. Marcelo hoje é uma lenda da instituição, alguém amado pela torcida do River, como Diego Maradona era amado pelo torcedor argentino em seu auge.
(E não é exagero.)
Demichelis na frente
O que sim dá para traçar neste final de semana é que há nomes interessantes aos olhos da diretoria representada pelo ídolo uruguaio Enzo Francescoli, o responsável pelo futebol vermelho e branco. E o técnico que surge com boa chance de ser o sucessor de Gallardo é Martín Demichelis, ex-zagueiro do River, da seleção argentina e do Bayern.
Demichelis está com 41 anos. A coluna citou seu nome em julho como uma aposta interessante no mercado brasileiro.
"Representante da nova safra argentina que emerge em caminho incomum. Está empregado, mas quer voar. É o técnico do time B do Bayern (onde é respeitadíssimo depois de oito temporadas como zagueiro). Suas entrevistas para as TVs argentinas são riquíssimas, para se ouvir muitas vezes.
Está com 41 anos. Já há certa pressão em Buenos Aires para ele ser o substituto de Marcelo Gallardo no River a partir do ano que vem.
É fanático por tecnologia e está alinhado, claro, com o que há de mais moderno no futebol europeu. Adora trabalhar com jovens e ainda precisa comprovar sua capacidade perante os medalhões".
Demichelis, chamado de "Mincho" pelos portenhos, é conhecido dos brasileiros por outro motivo: foi ele quem abriu, de cabeça, o placar na vitória por 2 a 1 do River sobre o Corinthians na Libertadores de 2003. Em confronto válido pelas oitavas de final e com o Morumbi lotado, o Alvinegro ficou pelo caminho e coroou o ótimo futebol de Andrés D'Alessandro e "Chacho" Coudet naquela noite.
Voltando ao River de 2022, outros dois nomes que são do agrado de Francescoli, pelo que apurou a coluna, são Germán "Mono" Burgos, ex-goleiro do River e ex-auxiliar de Diego Simeone no Atlético de Madri, e Ricardo Gareca, livre depois da passagem pela seleção do Peru.
Nome como os de "Loco" Bielsa, Pablo Aimar e Hernán Crespo também são ventilados na zona norte de Buenos Aires, onde fica o Monumental de Núñez. Meras especulações por enquanto.
Uma certeza: Matías Biscay e Hernán Buján, os famosos ajudantes de Gallardo, já disseram que vão "seguir o amigo, mais que o profissional", e não pretendem treinar o River na ausência da lenda vermelha e branca.
O que vem por aí
Gallardo pode se despedir do River com uma final contra o Boca Juniors, algo que seria realmente histórico.
O gigante de Núñez tem mais dois jogos pela frente no Campeonato Argentino: neste domingo, no Monumental, contra o Rosario Central de Carlitos Tevez, e na rodada final, no Cilindro, contra o Racing de Fernando Gago.
O River tem chances remotas de título. Ocupa a quarta colocação, quatro pontos atrás do Boca, o líder (que tem um jogo a menos). Caso o Boca seja campeão, com o River em segundo, o time de Gallardo jogaria um desempate com o Tigre para definir quem enfrentaria o Boca pelo Troféu dos Campeões, em 6 de novembro.
Por que saiu?
A coluna apurou que Gallardo estava cansado demais para seguir depois de oito exaustivas temporadas.
Aos 46 anos, e pai de um menino de 4, Benjamín, ele pretende passar mais tempo com a família até decidir por novos trabalhos, o que deve acontecer apenas no segundo semestre, começo da temporada 2022/2023.
O ponto de partida deste novo Gallardo virá já na Copa do Mundo do Qatar, onde estará com seus filhos maiores.
Outros dois motivos da sua saída: "impotência esportiva", por não conseguir melhorar a produção de determinados jogadores nesta temporada, e "saturação diretiva", com os cartolas do caótico futebol argentino.
O River contava com sua continuidade, tanto que o clube e o técnico designaram juntos a pré-temporada do ano que vem. O alto investimento em contratações neste 2022 também eram considerados sinais de sua permanência, bem como o River estrear o novo Monumental de Núñez logo nos próximos meses.
Nada disso foi adiante. Nem os jogadores sabiam da sua decisão. Em um discurso de oito minutos, Gallardo começou ontem a pôr fim no seu histórico ciclo de oito anos de River Plate.
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