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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Messi sente dores e vai para o sacrifício na decisão de amanhã com o México

Lionel Messi durante treino da seleção da Argentina - Evrim Aydin/Anadolu Agency via Getty Images
Lionel Messi durante treino da seleção da Argentina Imagem: Evrim Aydin/Anadolu Agency via Getty Images

Colunista do UOL

25/11/2022 08h20

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Já estava difícil. E agora complicou ainda mais. A AFA (Associação Argentina de Futebol) não vai dizer nada, até como estratégia, mas a coluna confirmou a notícia que alarma a torcida argentina desde ontem (24) à noite. Lionel Messi sente insistentes dores na panturrilha esquerda e vai para o sacrifício na "decisão" de amanhã contra o México, às 16h (de Brasília), no Estádio Lusail.

O astro teve um rendimento dos mais discretos na derrota de virada para a Arábia Saudita na última terça-feira. Tal dificuldade física explica por que ele atuou tão mal especialmente no segundo tempo, quando ficou clara sua limitação ao não se encarregar de todas as cobranças de bola parada, por exemplo, como habitualmente ocorre.

Messi tem reforçado suas sessões de fisioterapia, mas nem ele e nem ninguém da comissão técnica quer sequer cogitar sua ausência na partida contra o México, um jogo que os argentinos tratam como uma "verdadeira batalha na qual só deve entrar quem estiver disposto a deixar a alma em campo".

A alma, Messi certamente vai entregar, mas o corpo é uma dúvida desde a véspera.

Para a Argentina, será uma tarde inevitavelmente de tudo ou nada. Ganhando, segue com vida na Copa do Mundo; perdendo, pode até mesmo dar adeus ainda na segunda rodada, o que é totalmente impensável para a seleção que vem do título na Copa América e que, até perder para a Arábia, carregava a maior invencibilidade em seus 120 anos de história (36 jogos sem derrotas).

Um empate pode manter as chances de classificação. A Arábia lidera o grupo, com 3 pontos, com México e Polônia vindo atrás, com 1 pontinho, cada. A Argentina é a única zerada na chave.

As possibilidades são tão múltiplas que é possível a Argentina, por exemplo, se classificar somando apenas dois pontos, e ficar de fora até somando três.

Alvo fácil

Sem este caráter decisivo, faria mais sentido preservar Messi da partida de amanhã, mas toda a Argentina, torcida e equipe, cruza os dedos para o camisa 10 superar esta limitação.

Uma outra dúvida na Argentina é saber como funcionará a marcação em cima dele. O México é treinado justamente pelo argentino Gerardo "Tata" Martino, o técnico que comandou a azul e branca nos vices da Copa América em 2015 e 2016 —e que pode encontrar, amanhã, uma maneira de "se vingar" da demissão do cargo depois de tais derrotas.

Espera-se que o time mexicano ao menos não recorra à violência para enfraquecer ainda mais o camisa 10 argentino.

Todo o país aguarda que ele não repita o drama do francês Zinédine Zidane em 2002, quando a França foi eliminada ainda na primeira fase —sem condições físicas, o craque jogou do jeito que deu na derrota que culminou com a queda (2 a 0 para a Dinamarca) da então campeã mundial.

Sua saída de campo, cabisbaixo, com a coxa enfaixada, é um dos momentos mais emblemáticos das Copas recentes.

E tudo o que os argentinos rezam para que não ocorra amanhã também com Messi, que poderia (bate na madeira), deste modo, fazer sua despedida das Copas. O Mundial do Qatar é o quinto e último da sua carreira, segundo confirma o próprio camisa 10.