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Cabeçada, expulsão e golaço: como foi o épico Argentina x Holanda de 1998
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Era 1998, Copa do Mundo da França. A Argentina eliminou a eterna rival Inglaterra nos pênaltis nas oitavas, em confronto que virou até filme.
A euforia provocada pela eliminação dos ingleses alimentou a ilusão de que a Argentina voltaria da França com a taça. Mas o retorno aconteceria logo nas quartas, diante da fantástica Holanda de Dennis Bergkamp.
Assim como nas oitavas, o duelo no Vélodrome de Marselha começou a mil: a equipe laranja fez 1 a 0 aos 12, com Kluivert, então um jovem de apenas 22 anos.
A Argentina empatou aos 17, com o atacante Cláudio "Piojo" López, servido por um mágico passe da "Brujita" Verón.
O jogo era franco e parelho, com excelente futebol dos dois lados, até que o holandês Numan foi expulso aos 21 minutos do segundo tempo. Era o que o então técnico Daniel Passarella pedira aos céus, mas a Argentina não conseguiria se aproveitar da vantagem numérica, apesar de chegar mais ao ataque e perder um gol, com Gabriel Batistuta, até hoje muito lamentado.
Depois de reivindicar um penal inexistente, Ortega deu uma cabeçada no goleiro Van der Sar e foi expulso aos 43 minutos do segundo tempo.
Herdeiro da camisa 10 na primeira Copa pós-Maradona, o "Burrito" Ortega —que já tinha cartão amarelo— se despedia do torneio com uma atitude das mais irresponsáveis. Ele revelou anos depois que teve um ataque de desespero e tentou fugir do vestiário rumo ao hotel quando se deu conta do que tinha feito.
Com dez contra dez, a partida seguiu equilibrada até o minuto derradeiro. Foi quando Dennis Bergkamp matou um lançamento longo, cortou Ayala (hoje auxiliar do técnico Lionel Scaloni) e anotou o golaço que fez toda a Argentina chorar.
O lance histórico tirou a azul e branca do páreo, numa das eliminações mais dolorosas já vividas por sua torcida —que, por sinal, já se preparava para uma eventual semifinal contra o Brasil de Zagallo.
No fim, suprema ironia. Mesmo sob a linha-dura de Passarella, impondo até a exigência do cabelo curto aos seus jogadores, a Argentina implodia numa Copa do Mundo com direito a atos intempestivos e desconfiança do uso de drogas na concentração.
A cruzada disciplinadora fracassava. E o "Kaiser" Passarella, resignado, renunciava à sua patente, abrindo espaço para a chegada de Marcelo "El Loco" Bielsa.
Ficha técnica
HOLANDA 2 x 1 ARGENTINA
HOLANDA: Van der Sar; Reiziger, Stam, Frank de Boer e Numan; Jonk, Davids, Ronald de Boer (Overmars) e Cocu; Bergkamp e Kluivert. TÉCNICO: Guus Hiddink
ARGENTINA: Roa; Zanetti, Ayala, Chamot (Balbo) e Sensini; Almeyda (Pineda), Simeone, Verón e Ortega; Claudio López e Batistuta. TÉCNICO: Daniel Passarella
GOLS: Kluivert (12min do 1º tempo), Claudio López (17min do 1º tempo) e Bergkamp (45min do 2º tempo)
PÚBLICO: 55.000 pagantes
ESTÁDIO: Vélodrome (Marselha, França)
ÁRBITRO: Arturo Brizio Carter (México)
AUXILIARES: Owen Powell (Jamaica) e Reynaldo Elías Salinas Rostrán (Honduras)
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