Topo

Tales Torraga

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Argentina reza por uma final histórica entre 'Messidona' e 'Mbappelé'

Colunista do UOL

14/12/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Ninguém em Buenos Aires esperava pela avalanche azul e branca que atropelou a Croácia e transformou a tarde e noite de ontem (13) em um pedaço da história do futebol argentino, sempre tão apaixonado e intenso.

E, a partir de hoje, quando a atenção vai se dividir entre a loucura da comemoração e o olhar blasé para Marrocos x França, às 16h, a euforia vai dar lugar aos pedidos de interferência divina pela vitória dos europeus, adversários que valorizariam ainda mais uma eventual conquista argentina.

Explica-se: há um racha entre os torcedores (como costuma acontecer com absolutamente tudo na Argentina, a tão sufocante e famosa "grieta").

A postura dos dois grupos é clara. O primeiro, põe no céu esta campanha, celebrando a estupenda atuação de Lionel Messi, cada vez mais chamado entre os fanáticos de "Diego Armando Messi" ou "Messidona" pela semelhança técnica e rebelde com o maior astro do futebol argentino até o seu surgimento.

A segunda turma não se furta de celebrar a campanha argentina, mas deixa evidente o "asterisco" de não ter enfrentado nenhum campeão mundial até aqui.

No Qatar, a "Scaloneta", como é chamada a seleção argentina, encarou Arábia Saudita, México, Polônia, Austrália, Holanda e Croácia.

Falta a França, e se é para encarar a campeã, que seja a atual, comandada por alguém que é rotineiramente comparado a Pelé, Kylian Mbappé, o "Mbappelé" como costumam repetir os portenhos.

A atual vice-campeã, a Croácia que impôs um doloroso 3 a 0 à Argentina na Copa do Mundo da Rússia, já ficou pelo caminho. Falta agora a França, algoz em 2018, ainda nas oitavas.

Alguém consegue imaginar a histeria coletiva com uma final entre "Messidona" e "Mbappelé"?

Histérico, calmo ou neutro, não tem como não concordar que seria realmente histórico.

E realmente cruel para um personagem em especial: Neymar, "off" enquanto seus colegas de PSG, "on fire", fariam uma das maiores finais do futebol em todos os tempos.