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Quem é o brasileiro que melhor entende a cabeça do técnico da Argentina
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Ele é brasileiro, mas suas postagens sobre a seleção argentina repercutem no mundo todo. Cheias de táticas e diagramas, as minuciosas observações que faz no Twitter lembram até as exaustivas análises dos enxadristas nos jogos dos grandes mestres.
Júnior Marques vive em Campo Grande (Mato Grosso do Sul) e tem 32 anos. Mesmo com a atribulada rotina de empresário e personal trainer, ele nos atendeu com toda a atenção e rapidez durante a Copa do Mundo do Qatar.
Extremamente detalhista em temas tão específicos como a "profundidade do jogo de Huevo Acuña" ou a "verticalidade da distribuição de bola de Leandro Paredes", ele é, para a coluna, o brasileiro que melhor entende a cabeça do técnico argentino Lionel Scaloni, de quem mantém um extenso registro pessoal para tentar antecipar suas estratégias.
Na espera deste histórico Argentina x França, nada mais justo que seja ele, Marques (e seu conhecimento enciclopédico), quem nos ajude a contextualizar a tão esperada decisão.
Confira os melhores trechos do papo:
Está surpreso com o Scaloni chegando à final, mesmo inexperiente?
Nem um pouco. O Scaloni hoje talvez seja uma surpresa pelo que significa a Copa do Mundo e pela proporção muito maior que ela consegue atingir. Mas a verdade é que desde o começo, ainda na Copa América de 2019, a seleção demonstrou compromisso e fez ajustes corretos jogo a jogo. Isso leva tempo.
No início, o Scaloni falava muito sobre ter um time mais vertical, de lançamentos diretos, e aos poucos o time ganhou uma outra identidade também, com tabelas por dentro, fazendo valer seus excelentes volantes interiores. É incrível que Paredes, De Paul, Lo Celso e Mac Allister, em algum momento, tenham usado a camisa 10 e se adaptaram ao longo dos anos com o que o futebol pede atualmente.
A Argentina deixou claro que chegaria forte para a Copa já há um bom tempo. Não era fácil fazer um trabalho de renovação de 2018 em diante, e ainda com a responsabilidade de tornar tudo o mais cômodo possível para figuras como Messi e Di María.
Quais os pontos fortes e fracos desta seleção que encara a França?
Esta Argentina é muito equilibrada, em todos os setores. Me atrevo a dizer que é a mais nivelada de todas as que acompanhei. O ponto forte está no grupo, no comprometimento. É um time versátil, rápido, com volantes modernos que atacam e defendem o tempo todo, e com um Messi cheio de moral, líder e ciente do que representa para os demais.
É difícil prever como treinar isso, mas a Argentina demonstrou dificuldades quando saiu atrás do marcador. Em uma final, isso pode pesar. A concentração precisa ser altíssima.
Como surgiu esta análise que faz sobre a seleção argentina?
Torço pela Argentina desde 1998. Desde então, sempre acompanhei a seleção e os jogadores. Sempre tentei conhecer tudo o que podia. Em 2011, resolvi começar a colocar para fora um pouco do que aprendia. Foi uma maneira de tentar fazer com que as pessoas soubessem mais do que apenas a rivalidade envolvida.
A torcida argentina é muito supersticiosa. Quais são as suas manias?
Todas (risos)! O ritual do dia de jogo começa quando me levanto da cama. A mesma roupa, as mesmas músicas e o mesmo lado do sofá. Se possível, vejo o jogo sozinho.
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