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Tales Torraga

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

O dia em que Pelé foi reverenciado pela torcida do Boca em plena Bombonera

Santos de Pelé é reverenciado na Bombonera em 1968 - Reprodução El Gráfico
Santos de Pelé é reverenciado na Bombonera em 1968 Imagem: Reprodução El Gráfico

Colunista do UOL

30/12/2022 04h01

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''O Santos de Pelé é futebol espetáculo. O time entra em campo, se dirige ao centro e faz a saudação típica de artistas a cada vez em que se apresenta ao redor do mundo. Como na visita a Buenos Aires em 1968. Com Pelé, o show está garantido.''

Como a rivalidade entre brasileiros e argentinos tem se acirrado nos últimos tempos, convém lembrar que não foi sempre assim —e muito pelo contrário.

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Santos de Pelé é reverenciado na Bombonera em 1968
Imagem: Reprodução El Gráfico

Coroa intacta

Basta observar esta abertura de matéria e estas fotos publicadas pela revista portenha "El Gráfico" em 1968, quando o Santos de Gylmar, Pelé e Pepe conquistou a Copa de Buenos Aires ao empatar com o Boca Juniors por 1 a 1 em plena Bombonera.

Aquele torneio amistoso - e existiam inúmeros naqueles tempos - contou com Santos, Boca Juniors, River, Benfica e os uruguaios do Nacional.

O Santos venceu duas partidas - 2 a 1 no River e 4 a 2 no Benfica - e empatou outras duas, um 2 a 2 com o Nacional e o 1 a 1 com o Boca que lhe deu a taça.

Era um time extremamente forte e que contava com o histórico zagueiro argentino Ramos "El Negro" Delgado. A escalação que entrou na Bombonera na tarde de 25 de agosto de 1968 contra o Boca, segundo a "El Gráfico" era a seguinte: Gylmar, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Oberdan e Rildo; Lima, Joel e Amauri; Toninho, Pelé e Pepe.

O gol do Santos foi marcado por Toninho; Rojas descontou para o Boca. Mas o que chamou a atenção da "El Gráfico" da época acabou sendo o bom trato que a torcida xeneize destinou ao Santos:

''As lembranças da final da Libertadores de 1963 na própria Bombonera estavam frescas, e por que não dizer também da Libertadores de 1962 em Núñez, ambas conquistadas pelo Santos com grande futebol sobre Boca e Peñarol.''

''Não houve vaias e nenhum objeto foi arremessado ao campo. As mãos estavam ocupadas sendo levadas à boca para tapar o espanto ou para aplaudir mais uma grande exibição do Santos de Pelé, provando que neste grande palco chamado futebol, nenhum astro da Copa de 1966 foi capaz de roubar sua coroa de rei.''

* Post originalmente publicado no blog "Patadas y Gambetas", do UOL, em 1º de agosto de 2017