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Histórico goleiro do Boca elogia Rossi, reforço do Fla: 'Melhor do que eu'
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Ele é um dos grandes nomes da história do Boca Juniors. Goleiro com 14 títulos e 351 jogos pelo clube, "Pato" Abbondanzieri fez muitos elogios a Agustín Rossi, que ontem (9) assinou um pré-contrato com o Flamengo para a temporada 2023.
"O futebol mudou muito em pouco tempo, mas posso dizer que Rossi faz coisas melhores do que eu fazia, especialmente nos reflexos e nos pênaltis", contou Abbondanzieri à coluna.
Hoje com 50 anos, ele é um importante personagem do agronegócio argentino, depois de nove temporadas como assistente técnico do ex-goleador Martín Palermo (encerrou seu vínculo em novembro de 2021).
"Rossi tem também um ótimo posicionamento. Está em um ponto admirável da carreira, até pela idade, nem tão jovem nem tão desgastado", seguiu Abbondanzieri, sobre o novo flamenguista, que está com 27 anos (fará 28 em 21 de agosto).
'Conquistou o respeito do adversário'
Abbondanzieri foi o goleiro titular da Argentina na Copa do Mundo de 2006, aquela que viu a estreia de Lionel Messi em Mundiais. Especialista em pênaltis, era ele o homem de luvas do Boca nos títulos da Libertadores (contra o Santos) e do Mundial (em cima do Milan) em 2003. O argentino encerrou sua carreira no Internacional, sendo reserva no título da Libertadores de 2010.
"Rossi é excelente nos pênaltis, só ver como os adversários do Boca respeitaram demais o seu trabalho nas cobranças. Muito da eficiência de um goleiro é possível medir pela dificuldade psicológica dos batedores."
"Pato" refuta qualquer paridade do seu lendário nível nas cobranças pelo Boca com Rossi: "Eu não era especialista, tanto que no meu começo de carreira, quando íamos para uma decisão por pênaltis, o técnico me tirava e colocava um goleiro melhor nas cobranças. Especialista era o Goycochea [na Copa de 1990]. Eu só fui um goleiro com boa intuição".
Conhecido na Argentina pela modéstia e por evitar polêmicas até mesmo com rivais que o agrediram —como Marcelo Gallardo, que arranhou sua cara no Boca x River da Libertadores de 2004, ou Leandro Desábato, que lhe deu uma cabeçada no Estudiantes x Inter da Libertadores de 2010— Abbondanzieri não exagera ao encher Rossi de elogios.
'Rossimania'
A coluna acompanhou rodada a rodada sua trajetória pelo Boca e pôde conferir a verdadeira "Rossimania" despertada na torcida xeneize, das mais exigentes com os seus goleiros. Afinal, já contou com estrelas no posto como "Loco" Gatti, Navarro Montoya e Óscar Córdoba.
Nos últimos anos, o "top 3" de goleiros na Argentina era composto por Arias (do Racing), Armani (River) e Rossi, mas na temporada 2022 o arqueiro xeneize deixou os dois bem para trás, até porque Arias ficou o primeiro semestre inteiro parado devido a uma lesão no joelho.
E o que era possível ver em Rossi? Além da impressionante eficiência nos pênaltis, algo que o futebol local não conferia desde o lendário "Pato" Fillol, nos anos 1970 e 1980, uma capacidade igualmente impressionante nas bolas que definiam resultados, as famosas "pelotas decisivas", como são chamadas na Argentina.
No meio do ano passado, pouco antes do confronto contra o Corinthians pela Libertadores, a coluna conversou com Fernando Gayoso, preparador de goleiros do Boca, e uma frase sua merece ser resgatada: "Rossi é confiante demais. Nessas jogadas importantes, de 'cara ou coroa' entre ele e o atacante, Agustín se sobressai porque acredita sempre que vai conseguir levar a melhor".
Rossi, é bem verdade, tem falhas nessa sua trajetória recente. Exemplos: os chutes de longe de Julián Álvarez (River x Boca de 2021) e Matías Rojas (Boca x Racing do fim de 2022).
Nada, porém, que tire o otimismo do torcedor do Flamengo, que agora verá pelo clube um verdadeiro "arquerazo", como repetem na Argentina.
Grande parte da vantagem recente do Boca nos superclássicos contra o River de Gallardo vinha justamente dele, Rossi, decisivo nas cobranças de pênalti (na Copa Argentina de 2021) e no descomunal 1 a 0 em Núñez pela Copa da Liga Profissional de 2022 —na opinião da coluna, sua melhor atuação com a camisa do Boca. Ele mais que fechou: trancou o gol.
Suas atuações foram tão boas que geraram mais um caso de "memória seletiva" no futebol argentino. Enquanto ele brilhava pelo Boca, praticamente ninguém mais falava da acusação de agressão e ameaça de morte a uma ex-namorada em 2017, quando era goleiro do Defensa y Justicia.
O jornal "Olé" agora nas bancas argentinas trata Rossi como "a figura do time campeão". Ou seja: o melhor jogador deste Boca que dominou a cena nacional nas últimas temporadas. Aos 27 anos, já tem seis títulos pelo clube mais popular do país. É uma boa referência ao flamenguista para situar quem está chegando.
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