Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Nada contra Merentiel. Mas o Boca, que antes dava medo, hoje dá pena
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Miguel Merentiel, ex-Palmeiras, foi apresentado pelo Boca Juniors ontem (2) à tarde em Buenos Aires. O esforçado atacante de 26 anos tinha razão ao sorrir com a camisa do clube mais popular da Argentina.
Quem não tem motivo para fazer o mesmo é o enlouquecido torcedor do Boca, que vê o time encolher na gestão Juan Román Riquelme, ídolo que é detonado cada vez mais como vice-presidente de futebol.
Até o alambrado da Bombonera sabe que os times argentinos vivem de cofre vazio. O que ninguém consegue explicar é o Boca não ter um patrocinador principal há sete meses. Difícil? O River Plate tem. E ganha, por ano, US$ 9 milhões (R$ 45,40 milhões) só nisso.
Que o clube mais popular do país campeão do mundo sofra com algo tão básico beira o surreal.
Não faturar com a Bombonera, inegável templo do futebol mundial, também mostra como o Boca agoniza neste 2023.
O Monumental de Núñez, do River, foi totalmente reformulado e possui um nome oficial, da rede de supermercados Mâs. Eis mais US$ 3,5 milhões (R$ 17,66 milhões) por ano.
Outras grandes falhas do Boca poderiam ser listadas aqui, mas não vamos cansar o leitor brasileiro, que quer mesmo é saber como chega o hexacampeão da Libertadores ao maior torneio do continente.
Pois bem: chegará pior que nos últimos anos.
Nada contra Merentiel, de competente passagem pelo Defensa y Justicia, fazendo gols contra vários clubes grandes argentinos. Sua presença, porém, escancara o raquítico mercado de passes do Boca.,Além do ex-palmeirense, o clube contratou apenas o zagueiro paraguaio Bruno Valdez, de 30 anos, que veio do América, do México.
Não há na Argentina quem consiga entender o Boca acertando com Merentiel e não aproveitando os direitos econômicos que possui sobre Mateo Retegui, artilheiro do último Campeonato Argentino, que continua emprestado ao Tigre, excelente revelação de somente 23 anos.
Um Boca 'meia-boca'
Nem é preciso voltar aos tempos gloriosos de Córdoba, Bermúdez, Samuel, Bianchi e tantos outros. É só recuar até a Libertadores de 2022, por exemplo, para ver que nomes interessantes, como o goleiro Rossi e os zagueiros Izquierdoz e Rojo, estão sem reposições à altura.
O próprio técnico suscita dúvidas demais, comprovando como o Boca atual é pequeno.
O posto que já teve gente de renome internacional como Carlos Bianchi, Alfio Basile e Ricardo La Volpe hoje é ocupado pelo ex-lateral Hugo Ibarra.
Treinador da base, ele foi promovido ao cargo principal depois da demissão de Sebastián Battaglia logo depois da derrota para o Corinthians no ano passado.
Tão obcecado em se comparar ao Independiente, maior campeão da história da Libertadores, com sete conquistas, contra seis suas, o Boca está realmente seguindo as pegadas do "Rey de Copas" de Avellaneda. As glórias andam cada vez mais no passado, com um presente dos mais complicados.
O Independiente não joga a Libertadores desde 2018, perdendo para o River de Marcelo Gallardo nas quartas. Deixar de disputar a Libertadores parece fora de questão para o Boca, clube mais massivo da Argentina.
Mas avançar nos mata-matas, o que não consegue já há duas edições (eliminado nas oitavas por Atlético-MG e Corinthians), é que parece ser uma missão impossível até para quem antes era o dono do pedaço.
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