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Polêmicas com Maradona e Botafogo: quem é o badalado técnico que pega o Fla
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Espalhados pelo mundo todo e bajulados como profissionais de ponta, os técnicos argentinos estarão hoje (7) na semifinal do Mundial de Clubes.
Aos 63 anos e tentando um "sprint final" na carreira, o atrevido Ramón Díaz comanda o Al-Hilal, da Arábia Saudita, desafiando o Flamengo às 16h (de Brasília) em Tânger, no Marrocos.
Ramón foi contemporâneo —e inicialmente amigo— de Diego Armando Maradona. Foi pela convivência com o astro adolescente que ele passou a jogar como centroavante.
"Camisa 9 com a qualidade de um camisa 10", era a definição argentina do seu futebol naqueles tempos, ainda no começo dos anos 1980.
Cria do River Plate, e muito próximo ao goleiro "Pato" Fillol, que depois defenderia o Flamengo, Ramón Díaz integrou a seleção da Argentina na Copa do Mundo de 1982, realizada na Espanha.
Foi dele, inclusive, o gol marcado na derrota por 3 a 1 para o Brasil no Estádio do Sarriá, pelo triangular da segunda fase.
A carreira que parecia alinhada aos grandes palcos teve um retrocesso pelas desavenças com Maradona. No River, Díaz era amigo também de Daniel Passarella, inimigo declarado de Diego, o que criou uma barreira intransponível na seleção.
Para não incomodar Maradona, a estrela-mor da companhia, o técnico Carlos Bilardo "cancelou" Ramón Díaz da equipe nacional. Sua ausência nas Copas de 1986 e 1990 até hoje gera muita controvérsia na Argentina, principalmente pela categoria desfilada em times como a Fiorentina e a Inter de Milão.
Técnico de timaços
Ramón Díaz jogou na Europa e no Japão antes de voltar ao River, no começo dos anos 1990, já veterano e ainda goleador. Pela ausência de nomes de peso no mercado, ele estreou como técnico no próprio River, em 1995, com apenas 36 anos.
Pelo gigante portenho, conquistaria a Libertadores da América de 1996 com um timaço recitado de memória até hoje: Burgos; Hernán Díaz, Ayala, Rivarola e Altamirano; Almeyda, Astrada e Sorín; Francescoli, Crespo e Ortega.
No fim daquele 1996, Ramón Díaz disputou pela primeira vez o Mundial de Clubes no qual tenta surpreender agora. Como técnico do River, parou na Juventus de Del Piero e Zidane, perdendo apertado por 1 a 0 e ficando com o vice.
O treinador que hoje cruza o caminho do Flamengo virou referência de bom futebol na Argentina, conduzindo o River em outras duas ocasiões e levando adiante trabalhos também no San Lorenzo e Independiente, além de comandar a seleção do Paraguai que eliminou o Brasil na Copa América de 2015, realizada no Chile.
Até o surgimento de Marcelo Gallardo, Ramón era considerado, com folga, o maior técnico da história do River.
Botafogo no caminho
As andanças de Ramón pelo mundo o levaram ao Rio de Janeiro em novembro de 2020, quando foi anunciado como técnico do Botafogo, que tentava então escapar do rebaixamento do Brasileirão.
A experiência, porém, durou pouco e terminou mal.
O argentino foi apresentado e logo depois se afastou para passar por uma cirurgia no Paraguai. Deixou o filho, Emiliano, seu assistente, no comando da equipe, perdendo os três jogos que disputou.
Em situação dramática na tabela, ocupando a penúltima colocação, o Botafogo chamou de volta Eduardo Barroca, escancarando o improviso da situação e deixando Ramón Díaz com um gosto amargo em sua saída.
"Quero voltar a treinar no Brasil algum dia", comentou o experiente treinador ao deixar o clube sem nem bem chegar.
Frase feita ou desejo de fim de carreira?
Que ninguém se espante, portanto, com uma motivação extra sua e do Al-Hilal no Marrocos. Uma surpreendente vitória sobre o badalado Flamengo certamente abririam de novo as portas do mercado nacional para ele.
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