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Tales Torraga

REPORTAGEM

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'O Flamengo nos subestimou e passamos por cima', diz assistente do Al-Hilal

Emiliano e Ramón Díaz no banco do Al-Hilal - Instagram Emiliano Díaz
Emiliano e Ramón Díaz no banco do Al-Hilal Imagem: Instagram Emiliano Díaz

Colunista do UOL

09/02/2023 07h57

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Filho e assistente do argentino Ramón Díaz, técnico do Al-Hilal, Emiliano Díaz fez duras críticas ao comportamento do Flamengo, derrotado por 3 a 2 pelo clube árabe na semifinal do Mundial de Clubes, anteontem (7), no Marrocos.

"Nos subestimaram. Disseram que o Flamengo já estava na final, que nós éramos um time ruim, e agora vão ter que ficar aqui para jogar pelo terceiro lugar", disse Emiliano ao portal argentino "Infobae".

"Ganhamos do campeão da Libertadores, passando por cima em alguns momentos do jogo", seguiu o auxiliar-técnico, que é conhecido do público brasileiro: ele foi o treinador do Botafogo em 2020 enquanto Ramón Díaz se recuperava de cirurgia.

Ao ser questionado sobre um eventual nervosismo do Flamengo em campo, Emiliano analisou: "Mais que nervoso, acho que o Flamengo não esperava encontrar o nível técnico dos nossos jogadores. Não os deixamos jogar".

"Perceba que quase não chegaram ao nosso gol. Depois, quando tivemos um homem a mais, soubemos aproveitar e já não tiveram muitas chances."

O filho de Ramón Díaz insistiu na falta de respeito que sentiu de flamenguistas e também dos argentinos na Copa do Mundo do Qatar, quando a seleção perdeu para a Arábia Saudita na estreia.

"Na América do Sul, se subestima muito o futebol asiático. Não há que subestimar mais. Já aconteceu com a Argentina na Copa do Mundo, contra a Arábia Saudita, [o Flamengo] veio aqui e pensou que iria jogar a final com o Real Madrid, tinha todas as passagens compradas, e agora quem vai para a final é um time árabe", constatou.

"Conquistamos a Champions League da Ásia e eliminamos [no Mundial] o campeão africano, apoiado por 40 mil pessoas no estádio. O que acontece é que eles [flamenguistas] nos subestimaram muito."

"Lamentavelmente, já ganhamos três ligas, uma Copa, uma Champions asiática e têm que acontecer essas coisas, ganhar de um sul-americano ou europeu, para que ressaltem nosso trabalho", disse.

"Desde 2017 estamos fazendo um trabalho incrível aqui, por isso nos valorizam e gostam tanto da gente. Estamos muito cômodos e felizes por colocar a bandeira da Arábia no lugar mais alto."

Para Emiliano Díaz, o pouco descanso depois das quartas de final, jogando sábado e terça, deixou o triunfo do Al-Hilal ainda mais marcante, batendo um Flamengo em condições físicas mais favoráveis.

"Trabalhamos para que os jogadores chegassem bem às partidas mais transcendentes, e assim os tivemos."

vie - Tullio Puglia/Getty - Tullio Puglia/Getty
Luciano Vietto, do Al Hilal, comemora gol marcado na semifinal do Mundial, contra o Flamengo
Imagem: Tullio Puglia/Getty

Inflamados por um vídeo brasileiro

As declarações de Emiliano Díaz reforçam o que o UOL Esporte trouxe ontem: um vídeo de um repórter brasileiro falando sobre o Al-Hilal foi legendado, viralizando na Arábia Saudita.

Os torcedores consideraram que o comentário menosprezava o time árabe, que jogaria no dia seguinte contra o Flamengo.

O conteúdo se espalhou nas redes sociais árabes e serviu combustível para os jogadores do Al-Hilal.

A frase dizia que uma derrota seria um vexame e o time árabe era ruim: "Basicamente é: se o Flamengo não passar do Al-Hilal na próxima terça-feira, vai ser um vexame daqueles, porque esse time [Al-Hilal] é muito ruim".

O vídeo foi mostrado no vestiário do Al-Hilal como arma para motivação. Os jogadores do time árabe admitiram que se incomodaram.