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'Messi é o dobro do que Maradona foi', diz ex-companheiro de Diego no Barça
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A "Messimania" deste 2023 não é exclusividade da Argentina, cada vez mais encantada com os voos do seu capitão.
Na Espanha, igualmente fundamental na trajetória do camisa 10, já há, depois do "The Best" da Fifa, quem diga até que sua performance equivale a "dois Maradonas".
A análise veio do ex-atacante espanhol Lobo Carrasco, companheiro de Diego no Barcelona entre 1982 e 1984.
Comentarista do programa "El Chiringuito", líder da audiência esportiva da TV espanhola, Carrasco não economizou elogios para enaltecer o papel de Messi na história do futebol.
'Ganhou todas as batalhas'
"Messi ganhou todas as batalhas, abriu os mares", disse Carrasco no "El Chiringuito" de ontem (1º).
"Quando enfrentou o México, quando estava a pressão do mundo todo dizendo que ele não iria ganhar de novo, abriu os mares com um chutaço de esquerda, iluminou o céu de todos os que amam o futebol."
"Não foi Dibu Martínez e nem ninguém que me encantou. A partir dali, contra o México, vimos a Copa de Lionel Messi. E isso te diz alguém que jogou com Diego Armando Maradona. Nunca pensei que iria dizer isso: Messi é o dobro do que Maradona foi. Como ele é bom", continuou Carrasco, um dos amigos mais próximos a Maradona no Barcelona.
Para o ex-jogador espanhol, que está com 63 anos, só há um único nome em toda a história à altura de Messi: Pelé.
"Só Pelé manteve seu nome por 16 anos em sua carreira. É uma barbaridade. Mesmo que queiram derrubá-lo [Messi], seguem falando dele. Lionel segue aí, na frente de todos. É uma emoção contínua. Dia a dia, semana a semana...Aproveitamos o tempo em que ele segue aí, no seu nível máximo. Ele continua o baile e não entrega a coroa. Já não há debates."
Carrasco finalizou sua análise com elogios a Kylian Mbappé e críticas a Neymar.
"Mbappé [na festa da Fifa] acabou de dizer algo, que vai ser o substituto de Messi. Ele não tem a cara de Neymar. Mbappé é sério, e gosto disso. Ele vai agarrar a coroa [de melhor do mundo] porque pode tomá-la e ele sabe. Sabe que é outro troféu de vice que leva para casa, mas precisa reconhecer que foi para o melhor de todos."
Só um técnico treinou os dois
Há uma voz na Argentina que merece ser ouvida sempre que o assunto for Maradona e Messi: o ex-técnico Alfio "Coco" Basile.
Treinador da azul e branca na Copa de 1994, nos Estados Unidos, ele é o único homem em todo o mundo a comandar os dois gênios do país vizinho.
Hoje com 79 anos (e com sua voz de locutor intacta), Basile teve Maradona como seu jogador em 1993 e 1994, na própria seleção. A equipe nacional o permitiu também acompanhar Messi despontando nas temporadas 2006, 2007 e 2008.
'Era outro futebol, de um para o outro", analisou Basile à coluna no fim do ano passado.
"Maradona foi realmente um contemporâneo meu, já Messi teve outro destino, outra cultura, cresceu na Europa, mas não preciso explicar nem ao Brasil e nem a ninguém o quanto os dois foram geniais e escreveram a história do futebol como dois dos maiores de todos os tempos."
Para o histórico "Coco", olhar apenas para o desempenho de Messi no Qatar é simplificar uma história muito mais rica.
''Da mesma maneira que não é possível comparar Messi a Maradona, vejo que não dá também para comparar o Messi do Qatar às suas versões anteriores. Lionel e Diego não jogam no mesmo lugar do campo. Maradona geralmente decidia bem. Ninguém precisava falar nada para ele, Diego sabia exatamente o que precisava fazer. Era um estrategista, muito inteligente. Colocava o time no ombro e fazia todo mundo jogar.''
''Já Messi era um individualista que atua no último quarto do campo e descansa quando está sem a bola. Diego era lento. Já Messi é um avião. Só vi Caniggia com uma velocidade parecida, mas Messi é veloz com a bola, a leva com um barbante. Ele faz o gol ou entrega o gol ao outro, como mostrou agora, dando assistências e definindo. Colocou o time nas costas, como fazia Diego.''
E a questão do comportamento, tão enfatizada pelos argentinos, Basile?
'Sempre vi Messi calado, e essa é uma diferença grande do seu temperamento desta Copa para as anteriores. Eu o vi agora mais autoconfiante, sabendo do seu papel na história da seleção. Bem, de Maradona nem preciso falar. Sua presença foi de um magnetismo que poucas vezes vi na vida, não só no esporte.''
A pergunta final não descoloca o histórico treinador: você sendo o técnico, e podendo escalar apenas um, quem escolheria?
"É fácil. Começo com Messi. Com ele em campo, certamente estaríamos ganhando, e para fechar o jogo, neste futebol de até sete trocas [como fez a França na decisão] colocaria Maradona em seu lugar, só para segurar a bola e deixar o adversário louco. Seríamos imbatíveis", concluiu, rindo.
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