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Cobiçado pelos brasileiros: por onde anda o técnico Sebastián Beccacece?
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Ele está sem clube há seis meses. Especulado desde 2017 em times brasileiros como Flamengo, Santos, São Paulo e Palmeiras, o treinador argentino Sebastián Beccacece está perto de assinar com a seleção do Equador, segundo apurou a coluna.
O contrato ainda não foi formalizado por pendências da Federação Equatoriana com o antigo técnico, o também argentino Gustavo Alfaro, que reclama uma dívida de US$ 2,3 milhões (R$ 12,86 milhões) para ele e sua comissão técnica.
Beccacece tinha tudo acertado em outubro para ser técnico do Elche, da Espanha, comandado por Christian Bragarnik, seu empresário.
A falta de uma licença específica, porém, travou o acerto e fez com que ele fizesse uma pausa no seu trabalho para "estudar a Copa do Mundo, se reciclar e se nutrir de outros interesses que não o futebol", segundo conta o seu entorno.
Ao ser questionado sobre um acerto em curto prazo com algum clube brasileiro que esteja disposto a contar com seus trabalhos, Beccacece, no melhor estilo Marcelo Bielsa (seu ídolo confesso), preferiu despistar e não comentar "projeções ou possibilidades que não existem"
.
Carreira ascendente
Brilhante. O adjetivo muitas vezes exagerado desta vez definia com precisão o exigente olhar argentino para o trabalho do técnico Sebastián Beccacece no final de 2022.
Com um elenco dos mais modestos, ele levou em 2021 o Defensa y Justicia a um surpreendente título da Recopa Sul-Americana, em cima do badalado Palmeiras de Abel Ferreira, e a um segundo lugar no Campeonato Argentino do mesmo ano, atrás só do River Plate de Marcelo Gallardo.
E com o detalhe: batendo o River em pleno Monumental de Núñez por 3 a 2.
Beccacece anunciou sua despedida do Defensa y Justicia no meio de setembro de 2022. Em sua avaliação, o time contava com jogadores de nível técnico muito aquém do desejado por ele.
Não foi um diagnóstico muito certeiro, porque o Defensa hoje lidera o Campeonato Argentino depois de seis rodadas. É comandado por Julio Vaccari, ex-Vélez Sarsfield, que segurou um 0 a 0 contra o Boca em plena Bombonera lotada na última segunda-feira.
Enfim técnico de ponta
Ao contrário das temporadas anteriores, Beccacece enfim gozava de boa aceitação na Argentina no fim de 2022, sendo visto como um treinador de ponta no país.
Nem quando esteve no Independiente e Racing, em 2019 e 2020, contava com o cartaz que tinha entre jornalistas e torcedores.
O passado de chiliques é só isso — um passado, em que pese o momento de fúria e a briga até mesmo física com Gallardo no começo de junho de 2022.
Para os compatriotas, Beccacece antes pecava pela soberba com os jogadores, pela acidez das declarações e pela impaciência que exibia até ao lado de outro notório inquieto, como era o caso de seus tempos como auxiliar de Jorge Sampaoli na seleção argentina em 2018.
Causou surpresa na Argentina a sua ausência na rotação recente dos técnicos de River e Boca. Em Núñez, Martín Demichelis ocupou a vaga que era do eterno Marcelo Gallardo. No Boca, Hugo Ibarra logo substituiu Sebastián Battaglia.
E Beccacece não foi lembrado para nenhum dos dois "cockpits de Fórmula 1", como os criativos argentinos chamam os seus dois gigantes mundiais.
Sempre inventivo e esbanjando criatividade na armação das suas equipes, Beccacece prezava também pela afiadíssima leitura de jogo que estava à altura dos maiores estrategistas da Argentina.
Tanto que ganhou admiração local pelo título na Recopa Sul-Americana diante do Palmeiras em 2021. Os dois confrontos contra o então campeão da Libertadores na fase de grupos também de 2021 chamaram atenção. O Defensa y Justicia perdeu por 2 a 1 com muitos infectados por covid-19 e bateu o Palmeiras por 4 a 3 nos pênaltis em Brasília.
Obsessivo, metódico e alucinado por trabalho, BKCC (das grafias mais comuns na imprensa argentina) está com 42 anos, e demonstra ter amadurecido.
Quando deixou o Defensa, ele facilmente integrava o "top 3" dos técnicos argentinos daquele momento, ao lado de Gallardo e Gabriel Milito, do Argentinos Juniors.
E hoje, como ficaria este ranking?
O nível pós-Gallardo encolheu. Para a coluna, pela ordem, os três principais trabalhos em curso no país são os de Milito (que segue no Argentinos Juniors), Rúben Insua (San Lorenzo) e Fernando Gago (no Racing), em que pese os azuis e brancos ocuparem uma enganosa 16ª colocação no campeonato.
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