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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Ex-SPFC, Centurión hoje joga para 3 mil pessoas e tem narrador como técnico

Centurión, durante jogo do Barracas Central, da Argentina - Divulgação/Barracas Central
Centurión, durante jogo do Barracas Central, da Argentina Imagem: Divulgação/Barracas Central

Colunista do UOL

21/03/2023 04h00

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Atacante com passagens por São Paulo, Racing, Boca Juniors, Vélez Sarsfield e San Lorenzo, o argentino Ricardo Centurión hoje tenta reerguer a carreira em um palco dos mais modestos e com uma "volta à essência", segundo sua própria definição.

Ele completou 30 anos em janeiro e aos poucos vem conseguindo uma vaguinha entre os titulares do Barracas Central, um pequeno do futebol argentino.

Integrante da Série A do país desde 2022, depois de oito rodadas, nesta temporada, a equipe ocupa o 17º lugar de um total de 28 times.

Com sede em Buenos Aires, no bairro de Barracas, a equipe tem como presidente alguém que é mais jovem ainda que Centurión: Matías Tapia, de 27 anos, filho de Claudio "Chiqui" Tapia, presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino).

O estádio do Barracas leva o nome de Chiqui Tapia e tem capacidade para apenas 3.700 lugares, sendo ampliado para 4.400 pessoas em ocasiões especiais.

Centurión disputou seis das oito partidas da equipe neste Campeonato Argentino, atuando nos três últimos encontros como titular, mas sendo substituído no segundo tempo. É sua primeira experiência no futebol desde que foi dispensado pelo San Lorenzo no começo do ano passado.

Depois de abandonar os treinamentos do San Lorenzo e alegar problemas de saúde mental, incluindo um dramático relato dizendo que havia cansado de viver, Centurión tem hoje os salários pagos pelo Vélez Sarsfield, dono dos seus direitos econômicos, mas que não tem interesse em seu futebol depois de reiteradas situações de indisciplina e problemas de relacionamento com dirigentes, técnicos e colegas de time.

Em outubro do ano passado, a coluna ouviu dirigentes e técnicos argentinos justificarem a falta de oportunidades de Centurión alegando que ele se comportaria de maneira "tóxica e pouco séria".

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Estádio Chiqui Tapia, do Barracas Central, tem capacidade para 3.700 pessoas
Imagem: Divulgação Barracas Central

De milionário a modesto

Os direitos econômicos de Centurión estão vinculados a Racing (40%) e Vélez (60%), que desembolsaram, juntos, cerca de US$ 4 milhões (R$ 20,95 milhões) por ele.

Em janeiro de 2015, o atacante acertou com o São Paulo por cerca de R$ 13 milhões, sendo transferido em julho de 2017 para o Genoa, da Itália, por 3,5 milhões de euros (então R$ 12,96 milhões).

Neste intervalo, de agosto de 2016 a julho de 2017, foi emprestado pelo São Paulo ao Boca Juniors, onde chegou a usar até a emblemática camisa 10.

A turbulenta carreira de Centurión incluiu passagens também pelo futebol mexicano (no Atlético de San Luis) e pelo Racing, quando foi dispensado depois de empurrar o técnico Eduardo Coudet, hoje no Atlético-MG.

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Centurión ouve técnico Rodolfo de Paoli (à direita na foto)
Imagem: Reprodução TV

Técnico atual é narrador

O treinador de Centurión hoje no Barracas Central é narrador de TV e rádio, sendo reconhecido na função como um dos melhores da Argentina.

Seu nome é Rodolfo de Paoli. Com 44 anos, e técnico do Barracas desde 2021, foi dele, por exemplo, uma das mais emocionantes narrações do tricampeonato da seleção argentina no Qatar, pelo canal de TV TyC Sports.

"Tentamos ajudá-lo, pois Centurión é um menino incrível. Queremos que ele se lembre por que um dia quis ser jogador de futebol, de onde vem a sua paixão por este esporte", falou De Paoli.

"É uma volta à essência, o clube me acolheu bem demais e quero agora fazer minha parte em campo", finalizou Centurión ao canal de TV em que trabalha o técnico.